Num comunicado hoje divulgado, o Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante (STFCMM)apontou a opção do Conselho de Administração da Soflusa de vender o navio “Augusto Gil” e os atrasos nas renovações dos Certificados de Navegabilidade como a causa do “problema de falta de navios para o desenrolar normal” daquela empresa de transporte fluvial.

“Os necessários 96 Certificados dos oito navios foram acabando” e, esta semana, “o caos vai ser maior do que nunca” com a circulação de apenas quatro navios, referiu o STFCMM em comunicado.

Para um navio conseguir fazer o transporte regular de passageiros são necessários 12 Certificados de Navegabilidade e “com os atrasos e pedidos de prorrogação dos mesmos houve uma junção de todos os pedidos de renovação, com as respetivas docagens e reparações também a ficarem prolongadas no tempo”, revelou em comunicado enviado à Lusa.

Afirmando que esta semana haverá uma “sobrecarga” das embarcações, o sindicato lembrou que os navios são máquinas muito complexas, podendo avariar “quando menos se espera”.

As manutenções dos pontões - onde se fazem as atracações nos terminais - foram passadas para segundo plano, e estes estão sem “as devidas reparações e limpeza aos fundos”, mencionou.

Na sexta-feira, a Soflusa anunciou que não vai conseguir assegurar esta semana todas as carreiras por "indisponibilidade da frota".

"A empresa está a desenvolver todos os esforços para repor a normalidade das carreiras, aguardando que o navio 'Damião de Góis' regresse do estaleiro e retome o serviço público", refere a Soflusa, em comunicado enviado à Lusa.

Descontentes com as reduções dos horários, as supressões de carreiras e a situação em que a frota se encontra, os trabalhadores da Soflusa já anunciaram que avançar com uma greve ao trabalho extraordinário.

Esta situação não é exclusiva da Soflusa, a Transtejo também sofre com todos estes impedimentos.

Autarcas do Seixal e utentes vão realizar hoje uma ação de protesto pela falta de barcos na Transtejo, referindo que existe uma "redução permanente" das ligações fluviais no rio Tejo.

O secretário de Estado do Ambiente, José Mendes, garantiu na terça-feira aos sindicatos que está a preparar um plano de renovação das frotas da Transtejo e Soflusa, disse à Lusa fonte sindical.

A Transtejo é a empresa responsável pelas ligações do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão com Lisboa, enquanto a Soflusa faz a ligação entre o Barreiro e a capital.