"Na sequência da demissão tardia da senhora ministra da Administração Interna [Constança Urbano de Sousa], exigimos a consequente demissão da presidência e do comando da ANPC. Após as 65 mortes em Pedrógão Grande, queremos também um pedido público de desculpas do senhor primeiro-ministro a todos os familiares das vítimas mortais", declarou a presidente da associação, Nádia Piazza.

Nádia Piazza falava no final de uma reunião de duas horas e meia com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, na qual também esteve presente a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.

Para a presidente da associação, “se [a demissão] tivesse sido antes, algumas coisas podiam ter sido diferentes, sobretudo em termos de sensibilização da população”, porque “não era preciso esperar pelo teor do relatório para tomar determinadas medidas”.

Interrogada sobre quando o primeiro-ministro poderá assumir o pedido de desculpas públicas pelas mortes nos incêndios de Pedrógão Grande de junho e do passado domingo, a presidente da associação respondeu: "Vamos dar esse tempo a ele".

"É uma exigência nossa, pensamos que é um ato que já podia ter acontecido. Mas, trata-se de algo pessoal, tem de partir dele [António Costa]", disse Nádia Piazza.

Nádia Piazza adiantou que a reunião com o primeiro-ministro foi "longa e cordata", durante a qual "ninguém teve pressa em discutir tudo".

Sobre o teor dos relatórios conhecidos sobre o incêndio de Pedrógão Grande, Nádia Piazza disse que “já era facto consumado” para a associação.

“Aquelas medidas mais prementes podiam ter sido tomadas”, considerou, mostrando-se convicta de que se isso tivesse acontecido poderia ter sido evitada a morte de 41 pessoas nos incêndios que deflagraram este fim de semana.

O incêndio de Pedrógão Grande deflagrou em 17 de junho, e provocou, segundo dados oficiais, 64 mortos, mas o relatório do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais eleva o número para 65, contabilizando como vítima mortal uma mulher que foi atropelada quando fugia do fogo.

Este fogo foi extinto uma semana depois e alastrou para os concelhos vizinhos.

Os mais de 500 incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 41 mortos e 71 feridos, dos quais 16 em estado grave, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

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