À saída de uma longa fila com várias centenas de pessoas, Rosa Rodrigues, 72 anos, era uma fiel feliz, por ter cumprido “o seu dever”.

“Esperei mais de uma hora na fila e foi a vez que mais tempo levei a queimar as minhas velas”, disse esta crente que todos os anos visita Fátima no dia 12 de maio e que viajou numa excursão.

Este ano, reconhece, a visita tem um sabor especial, uma vez que conta com a presença do papa Francisco, de quem gosta muito.

Márcia e Carmen viajaram de Braga para ver o papa e até ao momento em que foram queimar as velas ainda não tinham apanhado filas significativas.

“Chegámos nas calmas e nem apanhámos filas. Estacionámos calmamente e dormimos no carro sem problemas”, disse Carmen.

À saída do tocheiro, depois de queimarem 16 velas, as amigas estavam visivelmente emocionadas e disseram à agência Lusa que, além das suas entregas, levaram “encomendas” de amigos.

“Sabiam que vínhamos a Fátima e pediram-nos para queimar umas velas. Não custa nada, pois sei que fariam o mesmo por mim”, disse à Márcia.

Sobre o tempo de espera, ficaram surpreendidas, mas dizem que ainda têm tempo, principalmente para ver o papa Francisco, um dos principais objetivos desta visita a Fátima.

Com alguns minutos ainda de espera, Olímpia Gomes mal podia esperar por queimar as 12 velas que levava ao tocheiro. Este seu gesto é “uma promessa”, mas também um pedido, não só por si e pela sua família, mas também “pelo mundo e pela paz”.

Já contava com mais de uma hora de espera e, de facto, nas anteriores visitas ao Santuário de Fátima nunca se deparou com uma demora tão longa.

Olímpia Gomes está especialmente entusiasmada com a presença do papa Francisco e por isso esta estadia vai prolongar-se até ao momento em que este estiver em Fátima.

créditos: Paulo Rascão | MadreMedia

“Amo o papa Francisco”, disse, visivelmente emocionada com o evento, mas também com a aproximação do fim da fila.

A aglomeração de pessoas começava às 11:30 a ser cada vez mais visível no Santuário de Fátima, como junto à admissão de doentes que terão um acesso privilegiado no recinto e que irão receber a bênção do papa.

Dezenas de doentes, a maioria em cadeiras de rodas, aguardavam pela admissão que consiste na certificação do doente que foi previamente inscrito para o efeito.

Entre eles, uma ensonada Fátima Costa, 63 anos, aguardava pela sua vez, acompanhada da afilhada, Luísa.

Uma operação mal sucedida encaminhou-a para uma cadeira de rodas, mas a falta de mobilidade nunca a levou a perder a fé: “Acredito neste papa e nos santos [Francisco e Jacinta] que, para mim, há muito que fazem milagres”, disse à Lusa.

A única crítica vai para as condições meteorológicas: “A chuvinha faz muita falta, mas podia ser a partir de domingo, pois é muito triste estas pessoas virem até aqui e não poderem ver o papa por causa da chuva”, disse.

Outro local atualmente com muita procura é o local dos túmulos dos pastorinhos na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, onde dezenas de fiéis passam por minuto e demonstram a sua fé, com ramos de flores ou beijos nas pedras dos túmulos.

À medida que se aproxima a hora da chegada do papa Francisco, aumentam as filas para a compra de velas nos vários estabelecimentos comerciais no recinto, bem como recordações, onde sobressaem aquelas que têm as imagens dos três pastorinhos, que serão no sábado canonizados pelo papa Francisco.