A FNE vai realizar uma reunião extraordinária do secretariado nacional, no Porto, para definir as formas de contestação a adotar, se o ministério não decidir avançar para “um processo negocial” relativo à forma como deverá processar-se o descongelamento da carreira docente, afirma a organização em comunicado.

“É inaceitável que o Ministério da Educação continue sem dar qualquer sinal de que se preocupa com os trabalhadores que tutela”, lê-se no documento em que a estrutura sindical acusa também o Ministério das Finanças de desconhecer “a especificidade do desenvolvimento da carreira docente”, ao não consagrar todo o tempo de serviço congelado (quase 10 anos), para efeitos de reposição, a partir de janeiro.

Para a FNE, a ausência de uma resposta com garantias por parte do Ministério da Educação só pode ser entendida como “uma falta de consideração e respeito por toda a classe”.

Se até segunda-feira não for definido um processo negocial sobre esta matéria, a FNE decidirá ações de contestação, a desenvolver de imediato e durante o debate do Orçamento do Estado.

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, garantiu na segunda-feira que os professores não serão prejudicados na carreira em relação aos restantes trabalhadores da Função Pública, reagindo assim à greve marcada para sexta-feira.

"Os docentes e todos os trabalhadores do Ministério da Educação não ficam desfavorecidos em relação aos outros trabalhadores da Função Pública", disse o ministro, à margem da Conferência Internacional Educação 2017, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou, na sexta-feira, uma greve a 27 de outubro em defesa dos direitos, das carreiras, da estabilidade e dos salários, juntando-se assim à paralisação nacional da Administração Pública.