O estudo sobre a segurança alimentar mundial refere que o aumento de 38 milhões de pessoas com fome o ano passado se deve “em grande parte à proliferação dos conflitos violentos e aos desastres climáticos”.

O relatório é publicado por três agências da ONU, a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Alimentar Mundial (PAM), a que se juntaram pela primeira vez o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

No total, cerca de 155 milhões de crianças menores de cinco anos registam atrasos de crescimento devido à fome, segundo o relatório.

A maior proporção de crianças com fome ou desnutridas concentra-se em zonas de conflito.

O relatório considera preocupante, por outro lado, o facto de 41 milhões de crianças menores de cinco anos ter excesso de peso, o que aumenta o risco de obesidade e de doenças na idade adulta.

“Estas tendências são uma consequência não apenas dos conflitos e das alterações climáticas, mas também das mudanças profundas dos hábitos alimentares” e da pobreza ligada à “desaceleração económica”, refere um comunicado com uma síntese do relatório.

Segundo as agências da ONU, 520 milhões de pessoas com fome encontram-se na Ásia, 243 milhões em África e 42 milhões na América Latina e Caraíbas.

De acordo com aqueles números, 11,7% da população asiática passa fome, assim como 20% da africana e 6,6% da da América Latina e Caraíbas.

Dos 815 milhões de pessoas com fome no mundo em 2016, 489 milhões viviam em países afetados por conflitos.