Em comunicado, a Força Aérea indica que o acidente deveu-se à perda de controlo do aparelho quando a tripulação tentava abortar a descolagem.

O acidente “ocorreu devido à impossibilidade da tripulação em controlar eficazmente a aeronave no decurso de uma manobra que visava treinar a interrupção da respetiva corrida de descolagem – manobra designada de ‘aborto à descolagem’”, lê-se no comunicado.

Um avião C-130 da Esquadra 501 da Força Aérea sofreu, a 11 de julho, um acidente na fase de descolagem da Base Aérea n.º 6, no Montijo, do qual resultaram três mortos e quatro feridos, um deles em estado grave.

Num comunicado publicado hoje na sua página na internet, a Força Aérea indica que os "procedimentos de averiguação relativos ao acidente estão terminados", tendo-se concluído que "o C-130 encontrava-se pronto para operação, sem restrições” e que as condições meteorológicas não eram adversas.

“A aeronave não apresentava quaisquer problemas ou anomalias que inviabilizassem a tipologia da missão a efetuar, designadamente um voo de instrução e qualificação”, adianta a Força Aérea.

Na nota, é também referido que a “missão foi devidamente planeada e coordenada entre a tripulação e compreendia o treino de manobras no solo, abortos à descolagem, voo alto e circuitos de aproximação, de acordo com o Manual de Qualificações da aeronave C-130, o que implica um risco associado mais elevado do que os decorrentes de uma missão normal, razão pela qual são previamente treinadas em simulador de voo”.

A instituição militar refere também que "durante a execução de uma manobra de aborto à descolagem, a tripulação perdeu o controlo da aeronave, a qual descreveu uma trajetória para a direita sem hipótese de correção, saindo da pista e imobilizando-se”.

De acordo com as conclusões do relatório, da saída de pista não resultaram quaisquer lesões ou ferimentos em nenhum elemento da tripulação.

“Em consequência da imobilização abrupta, deflagrou um incêndio, em princípio na zona do trem de aterragem e asa direita, que se propagou rapidamente ao resto da fuselagem e ao solo contíguo”, é sublinhado.

A tripulação “executou os procedimentos previstos e regularmente treinados com vista à evacuação da aeronave, que determinam a saída pelo compartimento de carga”, acrescentou.

“Esta via revelou-se impossível dada a existência de fumos e de temperaturas extremas, bem como à ocorrência de danos estruturais na fuselagem. Quatro dos tripulantes conseguiram abandonar a aeronave através das janelas do cockpit, sendo que os restantes não conseguiram recorrer a outra saída de emergência”, é indicado na nota.

A Força Aérea adiantou ainda que a resposta dos serviços de assistência e socorro ao avião “foi imediata e eficaz, bem como a coordenação com as entidades civis prontamente chamadas ao local para reforço da capacidade orgânica daquela Unidade”.