Numa breve conferência de imprensa transmitida na televisão, junto ao seu homólogo do Qatar, Mohamed Abdulrahman al Zani, o chefe da diplomacia francesa manifestou a preocupação de França com a "deterioração" das relações entre o Qatar e os seus vizinhos e apelou às partes para que deem "sinais de confiança mútua" como passo prévio para chegarem a "passos concretos".

Le Drian, que apoia os trabalhos de mediação do Kuwait e de outros países, como os Estados Unidos, pediu ainda aos quatro países que bloquearam o Qatar que levantem "o quanto antes" as medidas que afetam a população civil, "em particular as famílias binacionais e os estudantes que têm dificuldades em regressar" aos países onde estudam.

Além disso, o ministro francês também defendeu a necessidade de lutar contra as forças armadas radicais e disse que, "em especial", é preciso atuar contra os grupos considerados terroristas pelas Nações Unidas.

França tem relações comerciais importantes com os dois principais atores da crise, o Qatar e a Arábia Saudita, sendo o último acordo realizado um exemplo disso: na semana passada foi formalizada uma parceria a 25 anos entre a Petrolífera do Estado do Qatar (QP) e a gigante francesa Total para desenvolver o maior campo de petróleo 'offshore' de Al-Chahine.

A crise do Golfo eclodiu no início de junho, depois de a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Egito terem rompido as relações diplomáticas com o Qatar e imposto bloqueios ao país, acusando-o de apoiar o terrorismo e de manter relações demasiado estreitas com o Irão xiita.