O furacão Maria chegou à costa sudeste de Porto Rico às 06:15 (11:15 em Lisboa) como tempestade de categoria 4, castigando a ilha com ventos que deverão ameaçar a vida da população durante 12 a 24 horas, segundo os meteorologistas.

A tempestade Maria tinha sido classificada como furacão de categoria 5, com ventos de 281 quilómetros por hora.

“Este será um fenómeno extremamente violento”, disse o governador Ricardo Rossello, acrescentando: “Não assistimos a um evento desta magnitude na nossa história moderna”.

O número de cortes de energia aumentou quando o furacão Maria se aproximou, com a tempestade centrada no início do dia de hoje a cerca de 75 quilómetros a sudeste de San Juan, movendo-se para o noroeste a 17 km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA em Miami.

Maria é a oitava tempestade mais forte da história do Atlântico, tendo em conta a velocidade do vento. Logo a seguir surge o Irma, que teve ventos a rondar os 300 km/h e matou 38 pessoas no Caribe e outras 36 nos EUA no início deste mês.

Porto Rico tinha sido poupado à destruição direta por furacões, que tendem a virar para norte ou sul da ilha. O último furacão da categoria 4 em Porto Rico ocorreu em 1932 e a tempestade mais forte a atingir a ilha foi San Felipe, em 1928, com ventos de 257 Km/h.

Quando o furacão Maria se aproximou, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu o seu apoio através do Twitter: “Porto Rico foi atingido duramente por um novo furacão monstruoso. Tenham cuidado, nossos corações estão convosco – estaremos lá para ajudar!”

Mais de 4.400 pessoas ficaram em abrigos no final do dia de terça-feira, juntamente com 105 animais de estimação.

O centro da tempestade passou perto de Santa Cruz durante a noite, levando o governador das Ilhas Virgens americanas, Kenneth Mapp, a insistir em que as pessoas permanecessem alerta. A ilha de Santa Cruz foi em grande parte poupada nos danos causados pelo furacão Irma em St. Thomas e St. John há apenas duas semanas.

Mas, desta vez, a ilha assistiu a cinco horas de ventos de força de furacão.

O furacão Maria matou uma pessoa na ilha caribenha francesa de Guadalupe e duas outras que estavam a bordo de um barco foram dadas como desparecidas.

Cerca de 40% da ilha — 80.000 habitações — ficaram sem energia e foram reportadas inundações em diversas comunidades.

A tempestade também atingiu a pequena ilha do Caribe oriental da Dominica, na segunda-feira, onde o primeiro-ministro, Roosevelt Skerrit, divulgou uma série de publicações dramáticas na sua página do Facebook, incluindo uma que mostrava que o que telhado da sua casa tinha sido arrancado.

“Os ventos são implacáveis! Vamos sobreviver pela graça de Deus”, escreveu Skerrit, antes das comunicações serem interrompidas.

As inundações eram uma grande preocupação para as autoridades da ilha, tendo em conta as íngremes montanhas.

Dominica ainda estava a recuperar da tempestade tropical Erika, que matou 30 pessoas e destruiu mais de 370 casas em agosto de 2015.

Os meteorologistas admitiram que o furacão Maria poderia elevar os níveis de água de 1,8 a 2,7 metros perto do centro da tempestade, que deverá levar a Dominica 25 a 38 centímetros de água da chuva.

A norte, o furacão José enfraqueceu e passou a tempestade tropical na noite de terça-feira. Os meteorologistas disseram que a prática de surf era perigosa e as correntes provavelmente continuarão ao longo da costa leste dos EUA, mas admitiram que a tempestade possa não tocar terra.

As grandes ondas causadas pelo furacão Jose arrastaram cinco pessoas de um cais costeiro em Rhode Island. As vítimas foram hospitalizadas depois de resgatadas.

Um aviso de tempestade tropical foi acionado para áreas costeiras em Rhode Island e Massachusetts e a tempestade tropical ameaça algumas área de Long Island e Connecticut.