Após ter tocado a pequena ilha francesa de Dominica, nas Antilhas Menores, a tempestade reforçou-se novamente ao início do dia de hoje e apresenta ventos máximos sustentados de até 260 quilómetros por hora, adiantou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.

Os habitantes de Dominica perderam "tudo o que o dinheiro pode comprar e substituir", segundo avançou esta terça-feira o primeiro-ministro desta Ilha das Caraíbas, Roosevelt Skerrit. "O vento levou o telhado das casas de quase todas as pessoas com as quais falei. O telhado da minha própria residência oficial foi um dos primeiros afetados", escreveu o chefe de Governo no Facebook. Os estragos são "devastadores (...), de facto incompreensíveis", completou Skerrit, que pediu "ajuda de todo tipo".

Ao início do dia, o Maria encontrava-se 100 quilómetros a oeste-sudoeste da ilha de Guadalupe e deslocava-se para oeste-noroeste a 15 quilómetros/hora.

As Caraíbas, devastadas há 10 dias pelo furacão Irma, encontra-se em estado de alerta pela passagem de Maria, que em menos de 24 horas ganhou força e passou de tempestade tropical a furacão de categoria 5, a máxima, na escala Saffir-Simpson, antes de cair para categoria 4.

O Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos já tinha anunciado esta segunda-feira, dia 18, que se tratava de um furacão "potencialmente catastrófico".

O fenómeno natural, com ventos de quase 260 km por hora, tocou a terra em Dominica às 18h15 (em Lisboa).

Os quase 73.000 habitantes da ilha relataram na segunda-feira à tarde nas redes sociais os primeiros sinais do furacão, com árvores e postes de energia elétrica no chão, fortes chuvas, ventos violentos e inundações.

Antes de Dominica, o olho do furacão passou a 50 km da costa norte de Martinica e deixou 33.000 casas sem energia elétrica, mas não provocou danos significativos, de acordo com as autoridades.

Guadalupe em alerta

"Na trajetória prevista, o olho de Maria movimentar-se-á para nordeste do Mar das Caraíbas durante o dia de hoje, [estando prevista] uma aproximação às Ilhas Virgens e de Porto Rico esta noite e na quarta-feira", indicou o NHC.

As medições do NHC registam ventos na ordem dos 250 km/h e ameaças às Antilhas francesas, Guadalupe, assim como a São Cristóvão e Nevis e Montserrat (Reino Unido).

Guadalupe, Santa Lúcia e as Ilhas Virgens britânicas e norte-americanas estão em alerta e as autoridades da República Dominicana ordenaram a saída preventiva dos habitantes das áreas vulneráveis.

O novo furacão deve passar a sul das costas de Saint Martin e Saint Barth, ambas devastadas pelo furacão Irma, segundo o ministério da Defesa da Holanda.

O furacão Irma fez quase 40 mortos nas Caraíbas antes de atingir o estado norte-americano da Flórida, onde morreram pelo menos 50 pessoas.

Reforços

Os governos de França, Reino Unido e Holanda, criticados por não terem enviado mais recursos antes e depois da passagem do Irma, já anunciaram reforços.

A França anunciou no domingo o envio de 110 militares a Guadalupe e recordou que "quase 3.000" reforços já se encontram na ilha.

Mas o ministro do Interior francês, Gerard Collomb, admitiu "dificuldades importantes" caso o furacão atinja com força Guadalupe, já que a ilha é "o centro logístico" que permite alimentar Saint Martin e organizar as viagens aéreas e o abastecimento.

Londres também anunciou reforços para as Ilhas Virgens com "40 funcionários de apoio adicionais, 37 membros do serviço humanitário e mais de 1.300 militares preparados para atuar em tarefas prioritárias após a passagem de Maria".

Após a passagem do furacão Irma, o caos tomou conta de várias ilhas, que registaram vários roubos devido à resposta tardia das autoridades.

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