“Com os dados que tenho e com a experiência do passado acho que vai acabar por acontecer um novo acordo entre os trabalhadores e a administração” da fábrica localizada em Palmela, referiu o governante, em entrevista à Antena 1, que será transmitida a partir das 12:00 de hoje.

Vieira da Silva afirmou perceber as razões de ambos, comentando que um aumento na produção de “800 carros num dia é uma mudança de escala com impacto não apenas na Autoeuropa, mas também no ecossistema” em redor da fábrica.

Com o aumento de escala, devido à produção do modelo da Volkswagen T-Roc, a fábrica já contratou mais dois mil trabalhadores e “há mais umas centenas previstos para a escala de produção”, disse.

“Ora, se se tornar impossível responder a esta escala, a empresa continuará a ser muito importante, mas não se posicionará para o futuro com a mesma robustez que poderia fazer”, acrescentou Vieira da Silva.

Depois da rejeição de dois pré-acordos sobre os novos horários negociados previamente com os representantes dos trabalhadores, a administração da Autoeuropa anunciou a imposição de um novo horário transitório, para vigorar no primeiro semestre de 2018, e a intenção de dialogar com a Comissão de Trabalhadores (CT) no que respeita ao horário de laboração contínua, que deverá ser implementado em agosto, depois do período de férias.

O novo horário transitório, que entra em vigor nos últimos dias deste mês, com 17 turnos semanais, prevê o pagamento dos sábados a 100%, equivalente ao pagamento como trabalho extraordinário, acrescidos de mais 25%, caso sejam cumpridos os objetivos de produção trimestrais.

Os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram em dezembro uma proposta para uma greve de dois dias, em 02 e 03 fevereiro.

A CT e a administração têm uma reunião sobre os novos horários marcada para terça-feira.

Questionado sobre se "este vai ser o ano de reversão das leis da troika quanto à legislação laboral”, o ministro disse que “vai ser o ano” em que o Governo vai “continuar a aprofundar a recuperação de uma dinâmica positiva no mercado de trabalho”.

Lembrou, a este propósito, os dois objetivos fixados pelo Governo: o “reforço da negociação coletiva” e “a diminuição da instabilidade laboral”.

Para Vieira da Silva, muita coisa mudou no mercado de trabalho desde a troika, recordando que esta era contra o salário mínimo.

“Assim, à partida podíamos ficar com a ideia que está tudo na mesma. Não é verdade porque, desde logo, há quase mais 250 mil novos postos de trabalho. Se isso não é uma questão relevante, não sei o que será”, frisou.

Houve ainda três aumentos de salários mínimos e “muito provavelmente” acontecerá um novo aumento em 2019.

“Nestes dois anos temos muitos mais contratos coletivos e muitos mais trabalhadores envolvidos do que nos últimos quatro anos”, sustentou o ministro, rematando: “Dizer que no mercado de trabalho está tudo como estava no tempo da troika não. O tempo da troika acabou”.

Confrontado com as exigências dos partidos à esquerda, o ministro afirmou: "não temos de estar sempre de acordo, não fizemos nenhum pacto de acordo total”.

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