Segundo a imprensa oficial iraniana, as manifestações de apoio às autoridades iranianas estão a ser organizadas diariamente em todo o país há cerca de semana e meia e visam condenar os atos de violência e os protestos registados em várias dezenas de cidades do país entre 28 de dezembro e 01 de janeiro, provocando oficialmente 21 mortos.

“(Uma tal) mobilização popular contra o complô do inimigo contra o regime (…) não existe em qualquer outra parte do mundo”, declarou Khamenei, num discurso transmitido pela rádio e imprensa do Irão.

Khamenei acusou os “Estados Unidos e os sionistas” de, “durante vários meses”, terem “preparado os problemas” em várias pequenas cidades do país para, depois, estender os protestos à capital, Teerão.

“Isso não ficará sem resposta”, advertiu, aludindo aos Estados Unidos.

“O dinheiro veio dos governos ricos do Golfo Pérsico e os executantes pertencem ao grupo criminoso «monaféghines»”, acrescentou Khamenei.

A palavra “monaféghines”, que significa “hipócritas” em persa, é dirigida diretamente às autoridades dos “mujahidines” do povo, principal grupo da oposição no exílio e interdito no Irão.

“Apelaram aos seus apoiantes para protestar utilizando a palavra de ordem «não à carestia da vida»”, que pegou em todo o mundo. Mas essas pessoas, que são pouco numerosas, deixaram rapidamente de se solidarizarem com eles quando compreenderam os verdadeiros objetivos” dos instigadores, argumentou Khamenei.

O Guia Supremo iraniano acrescentou ainda que existe uma diferença entre “as reivindicações justas do povo e as ações selvagens e destrutivas” dos instigadores, defendendo que protestar para reivindicar os direitos sociais nada tem a ver com “queimar o Corão, injuriar o Islão, insultar a bandeira e incendiar as mesquitas”.