“Não podemos deixar esquecer este problema social dramático. Trata-se de mais uma chamada de atenção para as más condições em que se vive nas ilhas do Porto e de levar avante as propostas do PCP para resolver este problema”, descreveu à Lusa Ilda Figueiredo, eleita vereadora da CDU na Câmara do Porto, que hoje visitou duas ilhas na zona da avenida Fernão de Magalhães juntamente com Ana Virgínia, deputada na Assembleia da República.

A vereadora eleita, que deve tomar posse na quarta-feira, defende a “necessidade de criar um programa específico para a reabilitação das ilhas do Porto” e aponta os casos em que os inquilinos das casas fizeram obras como prova de que “há condições para reabilitar” as habitações.

Para Ilda Figueiredo, as ilhas hoje visitadas mostram também “a necessidade de levar por diante a proposta do PCP”, apresentada no Parlamento e a aguardar “discussão”.

“As visitas não terminam com a campanha eleitoral. Esta é a primeira visita que se faz após as eleições e ainda nem tomei posse. É preciso chamar a atenção para a enorme carência em que estas pessoas vivem”, descreveu Ilda Figueiredo.

Para a comunista, a reabilitação deve ser “negociada com os proprietários e os moradores”, para que “seja dada dignidade” às habitações.

De acordo com Ilda Figueiredo, existem no Porto cerca de 900 ilhas e bairros operários, onde residem mais de 10 mil pessoas.

As “ilhas” são tipo de habitação operária típica do Porto no século XIX, constituída por edifícios unifamiliares, normalmente de um piso e separadas ou ladeadas por um corredor de acesso à via pública e, muitas vezes, sem instalações sanitárias.

No caso das ilhas visitadas junto à avenida Fernão de Magalhães, “em pleno centro do Porto”, a comunista diz que “estas situações repetem-se”, com os moradores a ter de recorrer “aos balneários municipais, onde ainda têm de pagar 35 cêntimos para tomar banho”.

A CDU do Porto revelou no verão estar a “trabalhar num projeto para a reabilitação das cerca de 900 ilhas da cidade”, defendendo uma intervenção tripartida entre a Câmara, o Estado e os privados, mantendo as “rendas sociais”.

Em declarações à Lusa, Ilda Figueiredo, candidata da CDU à Câmara do Porto, explicou que o programa da CDU, “em preparação”, defende a “utilização de fundos comunitários” e pretende dar um contributo para a recuperação das “cerca de quatro mil casas de ilhas”, conjuntos de habitações operárias típica do Porto que acolhem, “em geral, pessoas com fracos rendimentos”.

“A reabilitação das cerca de 900 ilhas da cidade, a maioria privadas mas algumas municipais, serviria para melhorar as condições de vida das pessoas que lá vivem. Depois, serviria para resolver o problema da habitação social do Porto, em geral, sempre com a vertente de equipamentos coletivos de apoio e rendas sociais, não especulativas”, explicou a candidata.

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