Num comentário à agência Lusa, um depois do Conselho de Ministros extraordinário sobre prevenção e combate a incêndios, o responsável considerou que os “milhões são um anúncio recorrente”.

“Precisamos é de calendário. Milhões em ajudas surgem desde a entrada na União Europeia e que tristemente têm alimentado incêndios. É a aplicação desses milhões que precisamos e que é fundamental para a ocupação no território”, defendeu.

Paulo Castro considerou positivo a urgência dada ao apoio às vítimas dos incêndios, mas notou a falta da definição de um calendário e que, no caso de Pedrogão, “há um atraso de quatro meses”.

A Acréscimo queria ainda ver aplicado um “serviço de extensão” através da colocação no terreno de um “conjunto de técnicos de diferentes valências” para apoiar as populações, quer na gestão do solo, a nível de floresta e agricultura, como no apoio comercial.

“A gestão técnica não é nada de novo, em termos de medidas, é rebuscar uma medida da primavera marcelista [governo entre 1968 e 1970]”, recordou o dirigente da associação, que sublinhou ainda que a inversão do êxodo rural só é possível mediante “condições para as pessoas se sustentarem”.

Assim, a aposta deverá ser no sistema agroflorestal, por a agricultura dar rendimento a curto e médio prazo e a floresta a médio e longo.

No sábado, o Governo anunciou a disponibilização de uma verba total “entre 300 e 400 milhões de euros” para a recuperação das habitações e infraestruturas de empresas e autarquias, o apoio ao emprego e ao setor agrícola e florestal.

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos.

Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.