“O regulador já informou que iniciou um processo de fiscalização no terreno de reposição das condições de serviços por parte das varias operadoras. Essas operadoras têm vindo a dar nota pública de uma reposição significativa das comunicações, mas continua a haver queixas, a haver situações concretas, que vão sendo reportadas”, disse o ministro no final de uma reunião do Conselho Económico e Social (CES), em Lisboa, onde esteve para falar de fundos comunitários.

O ministro afirmou ainda que a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), “após contacto exatamente por parte do Governo, informou que fará uma investigação aprofundada naquela situação em concreto que foi noticiada hoje, mas em geral o regulador já tinha informado e reforçou essa informação de que está no terreno a fiscalizar as condições de reposição do funcionamento dos serviços”, disse, sublinhando que estes serviços são essenciais “para coesão territorial e para a vida das populações”.

Uma notícia divulgada hoje pelo Jornal de Notícias refere que um idoso habitante no concelho da Sertã (distrito de Castelo Branco) não conseguiu pedir socorro ao ver a mulher caída no chão, a meio da noite, por não ter o telefone fixo ativo e saber apenas usar o telemóvel para receber chamadas.

O homem, de 79 anos, teve de percorrer mais de dois quilómetros a pé para pedir auxílio. Mais de uma hora depois, as autoridades tentaram reanimar a mulher, mas já não conseguiram salvá-la.

Os grandes incêndios florestais de junho, em Pedrógão Grande e em concelhos vizinhos, e de outubro, que deflagraram em vários concelhos da região Centro, provocaram 112 mortes (a que se somam outras quatro de outros fogos florestais) e centenas de feridos, além de avultados prejuízos materiais, entre perda total de habitações, corte de comunicações e estradas.

Segundo um estudo internacional, os incêndios de 2017 resultaram num prejuízo superior a mil milhões de euros, dos quais apenas 244 milhões estão cobertos por seguros.

Segundo os dados conhecidos, "houve 1,2 biliões [mil milhões] de dólares (cerca de mil milhões de euros) de perdas económicas, das quais apenas 300 milhões [de dólares] (cerca de 244 milhões de euros) estão devidamente transferidos para apólice de seguro", disse à agência Lusa o diretor técnico da corretora de seguros Aon em Portugal.

O relatório Anual de 2017 Análise de Clima e Catástrofes, realizado pela Aon, aponta os cinco desastres naturais mais significativos na Europa, Médio Oriente e África, entre os quais estão os incêndios de outubro em Portugal.