Numa mensagem na sua conta pessoal do Facebook, o primeiro-ministro israelita dirige-se diretamente aos iranianos. “Espero que esta mensagem chegue a todos os iranianos - velhos ou novos, religiosos ou seculares, homens ou mulheres".

"Sei que preferiam viver sem medo. Sei que queriam falar de forma livre, amar quem quisessem sem ter que viver com o medo de serem torturados ou de serem enforcados numa grua. Sei que gostavam de navegar na internet livremente e não ter quer videos como este utilizando uma VPN (Rede Virtual Privada) para contornar a censura", disse. 

Durante o comunicado, o primeiro-ministro de Israel faz referência à "orgulhosa história" e à "cultura rica" dos iranianos que, "tragicamente, estão algemados a uma tirania teocrática".  

E é partindo desta premissa que Benjamin Netanyahum espera ter "em breve" um encontro com Donald Trump: quer resolver algo que considera que põe em risco Israel e o próprio futuro dos iranianos.

Já perto do final do vídeo, alega que os conflitos e divergências são contra o Governo e não contra as pessoas. "Nós somos vossos amigos, não os inimigos. Nós sempre fizemos a distinção entre as pessoas do Irão e o seu regime".

Acordo com o Irão

Concluído em julho de 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança — EUA, Rússia, China, França e Reino Unido — e a Alemanha), o acordo nuclear permitiu o levantamento de parte das sanções internacionais em troca do compromisso de Teerão de que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.

Quando o Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA, Joint Comprehensive Plan of Action) foi assinado, a economia do Irão sofria os efeitos de décadas de sanções internacionais, impostas para pressionar o país a suspender o enriquecimento de urânio e permitir inspeções às suas instalações nucleares.

Trump afirmou durante campanha eleitoral que o JCPOA com o Irão é “desastroso” e “o pior acordo alguma vez negociado”, prometendo que a sua “prioridade número um” será “desmantelá-lo”. E ainda que não tenha avançado com qualquer plano para o fazer, escolheu dois partidários de uma linha dura nas relações com o Irão para secretário da Defesa, James Mattis, e para diretor da CIA, Mike Pompeo.

O ex-presidente norte-americano Barack Obama teve um papel-chave no acordo, que Netanyahu classificou como "erro histórico".