Para Jerónimo de Sousa foi “em função dessas opções [da política de direita] que se deu o desmantelamento das estruturas do Estado, seja no Ministério da Agricultura, seja no Ministério da Administração interna”, afirmou, reafirmando ser nessas opções que terão que “ser encontradas as causas” para as “falhas” verificadas durante os incêndios de Pedrógão Grande e Góis.

“É ao serviço dessas opções que estão a promiscuidade, os interesses económicos e o poder político”, afirmou o secretário-geral do PCP, criticando igualmente também o atual Governo de querer “legislar à pressa para responder ao clamor popular”.

A “tragédia dos incêndios no norte do distrito de Leiria não precisa de pressas nem de precipitações”, disse, lembrando, no entanto, que “há problemas a resolver no imediato”, e que levaram à entrega, na última semana, de um projeto-lei do PCP que considera ir mais longe que as propostas do Governo na “resposta às vítimas, no restabelecimento das atividades produtivas e na prevenção de medidas para assegurar um combate eficaz para os incêndios que este verão ainda podem acontecer”.

Na Foz do Arelho, no concelho das Caldas da Rainha, onde hoje participou na Festa de Verão que reúne anualmente largas dezenas de militantes e simpatizantes comunistas do distrito de Leiria, o secretário-geral do partido voltou a focar o discurso nas acusações ao anterior Governo PSD-CDS, reafirmando que “não foi o Estado que falhou”, mas sim “quem em seu nome executou políticas contrárias ao interesse nacional”.

Aludindo às “políticas de desastre nacional” prosseguidas pela coligação, o líder comunista apontou o dedo às “insuficiências de recursos nos serviços públicos” de saúde, educação, cultura e transportes, ao desemprego e aos cortes de direitos dos trabalhadores.

Mas “olhando para a evolução da situação nacional nesta nova fase” Jerónimo de Sousa manifestou também “preocupação em relação a opções políticas do Governo do PS”.

“Não é possível iludir que o balanço da execução do Orçamento do Estado para 2016 revela aspetos que contrariam e distorcem elementos positivos do seu conteúdo”, afirmou, lembrando que “se mantêm ainda por concretizar várias medidas aprovadas no Orçamento para 2017”.

Reafirmando a sua discordância à “sujeição à União Europeia” por parte do PS, o secretário-geral sublinhou que o primeiro compromisso do partido “não é com o PS”, mas sim com os trabalhadores e com o povo, apelando ao voto na CDU nas próximas autárquicas.