“Se tivéssemos um governo maioritário, de maioria absoluta do PS, isto são muitos anos de experiência, já vivi várias situações dessas e a verdade é que o resultado não foi nada brilhante”, afirma Jerónimo de Sousa, numa entrevista à Antena 1 que será hoje transmitida.

O líder comunista explica: “Sempre que houve maioria absoluta do PS não tivemos uma política que correspondesse às necessidades do país e às aspirações dos trabalhadores e do povo”.

Jerónimo de Sousa diz que acredita e que é “bem intencionada” a convicção do primeiro-ministro quando este afirma que mesmo que tivesse maioria absoluta queria continuar com esta solução governativa, mas sublinha: “o grande problema é a experiência histórica”.

“Não iríamos integrar governo do PS. (…) Ninguém pense que o PCP poderia funcionar com uma peninha do chapéu”, acrescenta.

Quanto à solução governativa atual, o líder comunista afirma: “resultou de uma conjuntura muito concreta, que acho que não é repetível”.

Na entrevista à Antena 1, Jerónimo de Sousa diz que o Governo “corre o risco de frustrar expetativas” dos portugueses, enquanto não resolver as situações concretas relacionadas com a legislação laboral.

“O pior que há em política é frustrar expetativas”, afirma o líder do PCP, que se refere sobretudo às questões relacionadas com a legislação laboral - que ainda não foi alterada depois da saída da troika - e com as reformas das longas carreiras contributivas, uma questão que confessa já ter dito a António Costa.

Sobre as eleições autárquicas, admite que o adversário do PCP é o Partido Socialista: “Basta olhar para os resultados eleitorais para perceber que o adversário do PCP é o PS (… ), é natural que isso aconteça”.