“À medida que o reino de terror de Kim Jong-un continua, algumas elites em Pyongyang começaram a pensar em possíveis alternativas. Por isso Kim Jong-un deve ter preocupações com tais figuras. Agora que Kim Jong-nam morreu, podemos dizer que o seu filho corre também em grande perigo”, afirmou.

O assassínio de Kim Jong-nam, meio-irmão mais velho do líder da Coreia do Norte, na Malásia, está a levantar receios em relação a outros membros da família, em particular Han-Sol, que viveu com a família em Macau e é visto como um potencial alvo de uma purga familiar.

Han-Sol, de 21 anos, estudou na prestigiada universidade francesa de Science Po, mas terá regressado depois a Macau. Alguns analistas acreditam que a China estava a proteger a família, considerando a possibilidade de Kim Jong-nam vir a substituir o irmão.

“A China tem protegido Kim Jong-nam e a sua família. Por isso, ele era ainda mais detestado pelo líder do Norte”, disse Kim Sung-Min, um desertor que trabalha numa estação de rádio anti-propaganda de Pyongyang em Seul.

Em 2012, quando Han-Sol estudava na Bósnia, apelidou o seu tio Kim Jong-un de “ditador”, numa entrevista.

“Sempre sonhei que um dia vou voltar e fazer as coisas melhores, tornar mais fácil para as pessoas lá viverem”, disse sobre a Coreia do Norte.

“O meu pai não estava interessado em política”, respondeu quando questionado sobre o porquê de o seu pai ter sido ‘ultrapassado’ na sucessão pelo irmão mais novo.

Também Ahn Chan-Il, antigo dirigente do exército norte-coreano e líder do Instituto Global para Estudos Norte-coreanos em Seul, disse que após a morte de Kim Jong-nam, o seu filho carrega agora um alvo nas costas.

Quarta detenção relacionada com assassínio de Kim Jong-nam

A polícia da Malásia anunciou entretanto hoje ter detido um homem norte-coreano, a quarta pessoa a ser detida em relação ao assassínio de Kim Jong-nam , o meio-irmão do líder da Coreia do Norte.

O homem tinha documentação malaia emitida para trabalhadores estrangeiros, que o identificava como Ri Jong Chol, cidadão norte-coreano de 46 anos, e foi detido na sexta-feira à noite, de acordo com um comunicado da polícia.

Ri é o primeiro norte-coreano a ser detido por ligações ao caso, após detetives terem detido uma mulher indonésia de 25 anos, Siti Aishah, e o seu namorado malaio, juntamente com uma mulher que transportava um passaporte vietnamita que a identificava como Doan Thi Huong, de 28 anos.

Os ‘media’ da Coreia do Norte permanecem em silêncio em relação à morte de Kim Jong-nam no aeroporto de Kuala Lumpur na segunda-feira, que Seul atribuiu a Pyongyang.

A Malásia realizou, entretanto, uma segunda autópsia ao corpo, já que a primeira foi considerada inconclusiva.

A realização do segundo procedimento desagradou à Coreia do Norte, que prometeu rejeitar todos os resultados e exigiu que o corpo lhe seja imediatamente entregue. Em declarações aos jornalistas à saída da morgue na sexta-feira, o embaixador norte-coreano disse que os dirigentes malaios podem estar a “tentar esconder algo” e “em concluiu com forças hostis”.

Um dirigente malaio próximo da investigação, que pediu anonimato, confirmou que a segunda autópsia começou na sexta-feira à noite e que os resultados da primeira foram inconclusivos.

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