"A defesa recorrerá a todas as instâncias que as leis nacional e internacional facultam para que sejam reconhecidos os direitos do seu constituinte (Raul Schmidt) e a falta de fundamento da extradição requerida, que não pode proceder por inúmeras razões, desde logo a questão da nacionalidade, que é uma matéria demasiado séria e que exige uma análise profunda e totalmente objetiva", disse à agência Lusa o advogado Rui Patrício.

O STJ confirmou na última quinta-feira a extradição para o Brasil de Raul Schmidt, ao negar provimento ao recurso apresentado pelo empresário contra a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL).

Em 7 de dezembro de 2016, a Relação de Lisboa determinou que o empresário luso-brasileiro fosse extraditado para o Brasil, com a condição de só poder ser julgado por factos cometidos até à aquisição da nacionalidade portuguesa, em dezembro de 2011.

Raul Schmidt, fugido à justiça brasileira desde julho de 2015, e que em Portugal se opôs à extradição, é suspeito, no Brasil, dos crimes de corrupção e branqueamento de capitais e organização criminosa, no âmbito da operação Lava Jato, que investiga crimes económico-financeiros na Petrobras.

As autoridades brasileiras consideram que Raul Schmidt agiu como intermediário de operações da Petrobras, que levaram ao recebimento indevido de comissões no valor de vários milhões de reais.