“Parece-nos estranho que o estado da torre seja qualificado como ‘degradado’ uma vez que não tivemos qualquer análise positiva à ‘legionella’ nos últimos anos”, referiu a empresa, sublinhando que, após o alerta do surto, mobilizou uma equipa interna de técnicos internacionais para ajudar no esclarecimento da situação e que em nenhum momento foi referido que a instalação se encontrava degradada.

A Veolia respondia a perguntas da agência Lusa na sequência das afirmações da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, que na semana passada, na comissão parlamentar de Saúde, revelou que os técnicos que investigaram o surto de ‘legionella’ no hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, encontraram deficiências na manutenção das torres de arrefecimento.

Graça Freitas disse ainda que os peritos detetaram condições de conservação propícias ao desenvolvimento de bactérias.

“De facto, por observação documentada, encontraram-se condições de conservação que seriam propícias ao desenvolvimento de bactérias”, afirmou Graça Freitas.

Em resposta, a Veolia insiste que colaborou ativamente com as autoridades competentes e que “em nenhum momento este tema foi abordado”, garantindo que “os procedimentos de manutenção praticados na torre são adequados, foram implementados corretamente e são perfeitamente rastreáveis”.

“Em todo o caso, importa referir que, complementarmente, solicitámos também ao ISQ [Instituto de Soldadura e Qualidade], enquanto entidade independente e credível a nível nacional e internacional, que efetuasse uma análise aprofundada de toda instalação. Neste momento, aguardamos as conclusões desta análise”, acrescentou a empresa.

Tal como havia feito na semana passada, a Veolia volta a insistir que, dentro e fora do perímetro do hospital, “existem muitas fontes possíveis de formação de ‘legionella’” e que não teve conhecimento, por enquanto, dos resultados das análises realizadas em todas elas.

Na semana passada, a empresa defendeu que o âmbito da investigação devia ser alargado pois da sua parte não detetou nada que justificasse a dimensão do surto de ´legionella´, insistindo que apenas opera a central de trigeração e que há outros pontos que deveriam ser investigados.

“Parece-nos, pois, indispensável testar todos os sistemas de água: os depósitos de água, sistemas de água quente e fria, circuitos de climatização e a ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais]”, afirmou a empresa, em comunicado.

“Será ainda necessário testar eventuais fatores externos nas proximidades do Hospital. Acreditamos que todos estes elementos foram já testados e fazem parte do trabalho de investigação da DGS, cujas conclusões ainda não nos foram comunicadas”, acrescentou.

No comunicado, a Veolia apontava, além do sistema de trigeração de cuja manutenção é responsável, outros sete pontos, entre eles uma fonte urbana fora do perímetro do hospital e o circuito de difusão de ar, a estação de tratamento de ar e o sistema de água quente sanitária da unidade hospitalar.

Até ao momento, as autoridades de saúde não divulgaram os resultados das análises efetuadas nos restantes pontos onde foram recolhidas amostras no dia em que foi confirmado o surto, que infetou 56 pessoas, provocando a morte a cinco delas.

Entretanto, no passado dia 27 de novembro, a Direção-geral da Saúde (DGS) declarou o fim do surto de ‘legionella’ no Hospital São Francisco Xavier.

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