“Estamos numa fase de avanços. Neste Orçamento do Estado (OE) para 2018 confirma-se o processo de reposição e conquista de direitos”, disse Jerónimo de Sousa, que referiu a redução prevista no IRS, o aumento de dez euros nas pensões e reformas, a majoração do abono de família para crianças até três anos e a gratuitidade de manuais escolares, no segundo e terceiro ciclos do ensino básico, entre outras.

Para o líder comunista, que falava num encontro com dirigentes e ativistas sindicais da Fiequimetal (Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas da CGTP), na Quinta da Atalaia, no Seixal, há uma estratégia das multinacionais para alterarem os horários de trabalho em prejuízo dos trabalhadores, o que “significa que a luta de classes continua a ser a grande questão da nossa época contemporânea”.

“A luta reivindicativa é o caminho, a partir dos locais de trabalho, das empresas, dos setores. Uma luta que se tem desenvolvido e que nós saudamos, face à ofensiva patronal, com as multinacionais na primeira linha, particularmente em relação aos horários de trabalho, procurando a desregulação, os bancos de horas, os horários concentrados, a eliminação do sábado como dia de descanso semanal”, frisou Jerónimo de Sousa, dando como exemplo, entre outras, as lutas desenvolvidas pelos trabalhadores da Autoeuropa e da Somincor.

“É hora de desenvolver uma ação reivindicativa forte. A luta é a garantia de defesa dos direitos e das condições de trabalho. Os aumentos dos salários para todos os trabalhadores, o aumento do Salário Mínimo Nacional para 600 euros, a partir de janeiro de 2018, é uma questão fundamental. Não há nenhuma razão para o Salário Mínimo Nacional não seja fixado nesse valor”, acrescentou Jerónimo de Sousa, que também acusou o governo de se escudar atrás de um entendimento com o BE, para ficar aquém desses 600 euros.

Para o líder do PCP, o que é mais relevante no atual momento da vida nacional, é o facto de vivermos “um tempo marcado pela defesa, reposição e conquista de direitos e, simultaneamente, caraterizado por uma ofensiva do grande capital visando sempre a exploração e a regressão de direitos”.

“A evolução da situação económica se social confirma que aquela ideia peregrina do corte dos salários, dos direitos, foram, ao contrário daquilo que diziam, um desastre económico e social, que o caminho de agravamento da exploração e empobrecimento não é solução para o país e para o povo”, disse, convicto de que o PSD e CDS foram “bem derrotados” nas últimas eleições legislativas, porque havia uma política alternativa à que era defendida pelos dois partidos do anterior governo.