As Nações Unidas não estão envolvidas neste deslocamento de pessoas que abrange moradores das localidades pró-governo de Foua e Kafraya e ainda de Madaya e Zabadani.

Segundo a agência Associated Press, Rami Abdurrahman, que chefia o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, e a televisão Al-Manar, do Hezbollah, disseram que cerca de 3.000 pessoas serão retiradas de Foua e Kfarya, enquanto de Zabadani e Madaya serão 200.

No sábado, um atentado foi perpetrado quando um bombista suicida fez explodir uma camioneta armadilhada junto de 75 autocarros estacionados num subúrbio de Alepo, para transportar cerca de 5.000 pessoas retiradas na sexta-feira de Foua e Kafraya, ao abrigo de um acordo entre o regime e a oposição.

Abdurrahman informou hoje que o ataque de sábado matou 126 pessoas, incluindo 68 crianças.

A maioria (109) eram habitantes de Foua e Kafraya, duas localidades controladas pelo regime que estavam cercadas pelos rebeldes, e os restantes rebeldes e pessoal humanitário, precisou.

O ataque não foi reivindicado até ao momento, mas tanto o grupo autodenominado Estado Islâmico como a Fatah al-Sham, afiliada da Al-Qaida, atacaram no passado civis em áreas governamentais.

Após o ataque, cerca de 60 autocarros, transportando 2.200 pessoas, incluindo 400 combatentes da oposição, entraram em áreas controladas por rebeldes na província de Alepo, segundo Abdurrahman.

A TV estatal síria informou por seu lado que mais de 50 autocarros e 20 ambulâncias, transportando cerca de 5.000 moradores de Foua e Kfarya, entraram na cidade de Alepo, controlada pelo Governo.

O chefe para os Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Stephen O’Brien, disse estar “horrorizado” com o ataque de sábado e afirmou que, embora as Nações Unidas não estivessem envolvidas na operação, estava pronta para “expandir o apoio” a essas pessoas.

O’Brien exortou as partes a cumprirem as suas obrigações e “facilitarem o acesso seguro e sem impedimentos” para que as Nações Unidas e as organizações suas parceiras ajudem a salvar vidas.

Residentes de Madaya e Zabadani, anteriormente estâncias de verão, juntaram-se à revolta de 2011 contra o presidente sírio, Bashar Assad. Ambas as aldeias têm estado sob cerco do Governo de Assad, com pessoas a morrerem por falta de assistência médica.

Já Foua e Kfraya estão sitiadas pelos rebeldes, sob constantes ataques de morteiros, sendo abastecidas com comida e remédios por militares.