Os contestatários, enquadrados por duas viaturas e seis agentes da PSP, percorreram cerca de 1,5 km a pé entre a Câmara Municipal e o Coliseu Figueirense, onde decorre esta noite a 53ª Grande Corrida TV, constatou a agência Lusa.

À frente do grupo ia uma faixa onde se lia "Sofrimento como Diversão na Figueira Não" e os participantes - a maioria jovens adultos - empunhavam cartazes com palavras de ordem, ao mesmo tempo que, com a ajuda de quatro megafones, repetiam frases de protesto como "pessoas bem formadas não vão às touradas" ou "abolição, já", entre outras.

O grupo acabou por ficar concentrado numa rua de acesso ao largo do Coliseu, a cerca de 30 metros do edifício, tendo a manifestação decorrido de forma pacífica, não se registando confrontos com os aficionados das corridas de toiros, à exceção de uma ou de outra provocação de parte a parte, logo sanada pela PSP.

Alguns forcados que passaram na rua foram apupados, mas ignoraram os manifestantes e os protestos voltaram, com uso de apitos e assobios, depois de avistarem, à distância, um dos cavaleiros do cartaz da corrida de touros.

Um homem aproximou-se do grupo, insurgindo-se aos agentes policiais pela presença da manifestação "tão perto" da praça de touros e alegando que os manifestantes estavam a "ofender" os aficionados da tourada, mas foi prontamente afastado do local.

"O nosso objetivo era claro e foi cumprido, por os figueirenses a dar a cara por uma causa que acredito que já existisse na mente das pessoas, mas não davam a cara por ela", disse à agência Lusa João Peneda, porta-voz do movimento de cidadãos "Figueirenses Anti-Tourada".

João Peneda evidenciou que o grupo, que diz não possuir qualquer organização ou força partidária por detrás, acabou por reunir manifestantes de várias idades: "São principalmente jovens adultos, mas também há pessoas mais velhas e algumas mais novas, é homogéneo", declarou.

O protesto dirige-se aos adeptos das touradas mas também, e nomeadamente, à autarquia da Figueira da Foz, que as autoriza e o intuito final dos contestatários é que o município venha a ser declarado "livre de touradas".