Aderindo à manifestação nacional "Portugal Contra os Incêndios", que se está a realizar em várias cidades do país, a organização de Leiria exibiu cartazes a pedir a utilização da Força Aérea - "que tem os melhores pilotos e meios" para o combate aos fogos florestais.

A Praça Rodrigues Lobo encheu-se para apoiar a causa, tendo o grupo de manifestantes seguido para a Igreja de Santo Agostinho, onde foi realizado um minuto de silêncio pelas vítimas dos incêndios.

Cartazes com frases como "Estamos de luto" e "Mais proteção" e muitas bandeiras de Portugal coloriram a praça central de Leiria.

Alguns testemunhos apelaram a uma mudança de política florestal por parte do Governo e a uma maior atenção para a proteção civil.

Num ato simbólico, a organização plantou ainda um carvalho no Jardim de Santo Agostinho.

Carolina Gaspar foi a organizadora do evento em Leiria: "Seria difícil deslocarmos as pessoas para Lisboa ou Porto e acreditei que seria possível mobilizar mais gente em Leiria, um distrito que foi muito afetado pelos incêndios. Primeiro Pedrógão, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, e agora o Pinhal de Leiria", adiantou à Lusa.

A porta-voz da organização salientou o "sofrimento" de vários portugueses em todo o país. "Esta manifestação não é só por Leiria, mas por Portugal. O resto do país também sofreu muito”.

Segundo Carolina Gaspar, um dos objetivos desta concentração é "unir os portugueses para uma causa que afeta todos". "Os portugueses estão cansados e exigem mais soluções para que nada disto se volte a repetir", acrescentou.

A organizadora informou ainda que está a circular uma petição para alterar as estratégias de prevenção e combate aos incêndios florestais, que será entregue à Assembleia da República, para que o assunto seja debatido.

No documento lê-se que deve ser equacionado o "aumento do número de bombeiros profissionais e respeitar, na prática, os bombeiros voluntários que carecem de apoios quanto ao equipamento e também ao nível psicológico".

Outro dos apelos é "combater a monocultura do eucalipto" e "dar prioridade a espécies autóctones e mais resilientes ao fogo" e também "acabar com os contratos privados de combate aos incêndios e criar meios para que seja possível a colocação da Força Aérea e outras forças militares ao serviço do combate e prevenção dos fogos".