A proibição foi anunciada pelo ministro venezuelano do Interior e Justiça, Néstor Reverol, e entra em vigor no mesmo dia em que a oposição pretende realizar uma “tomada” simbólica da cidade de Caracas, contra a Assembleia Constituinte promovida pelo Chefe de Estado.

“Proíbe-se, em todo o território nacional, as reuniões e manifestações públicas, concentrações de pessoas e qualquer outro ato similar que possa perturbar ou afetar o normal desenvolvimento do processo eleitoral”, disse, através da televisão estatal venezuelana.

Segundo Néstor Reverol “quem organizar, sustenha, ou instigue à realização de atividades dirigidas a perturbar a organização e funcionamento do serviço eleitoral ou da vida social do país será penalizado com prisão de cinco a dez anos”.

“Vamos ter, em todo o território, ativos, 96 pontos para denúncias sobre delitos eleitorais”, frisou.

Anunciou que está proibida também a venda de bebidas alcoólicas e artifícios pirotécnicos, assim como o porte de armas.

Segundo o ministro 142.000 funcionários dos organismos de segurança estão a ser distribuídos pelo país, para cuidar dos centros eleitorais e as Forças Armadas vão ativar várias zonas de proteção especial temporária, entre as 00:01 horas de sexta-feira, até às 23:50 horas da terça-feira, 01 de agosto.

Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 01 de abril último, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.

Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio último pelo Presidente Nicolás Maduro.

A oposição insiste que a Constituinte acabará com os restos de democracia que existe no país e que será usada pelo Governo para submeter aos interesses cubanos e avançar com um regime comunista ao estilo de Cuba.

Um homem de 49 anos morreu esta quinta-feira, elevando para 107 os mortos em quatro meses de protestos contra o presidente Nicolás Maduro, anuncia a AFP.

A Procuradoria identificou a vítima como Leonardo González, que morreu "durante uma manifestação" na localidade de Naguanagua, no estado Carabobo, norte da Venezuela, em circunstâncias que estão a ser investigadas.

Jornalistas estrangeiros barrados

A equipa da televisão portuguesa SIC terá sido impedida de entrar no país, segundo dá conta a SIC Notícias, acrescentando que há outras equipas de jornalistas impedidas de entrar na Venezuela.

O canal de Carnaxide explica que a equipa enviada para o país foi barrada no aeroporto de Caracas. O jornalista Luís Garriapa e o repórter de imagem Odacir Junior foram considerados "inadmissíveis no território da Venezuela" por não estarem devidamente credenciados para a prática de jornalismo, diz o canal.

[Notícia atualizada às 21h06, com novo balanço de mortos e informação sobre jornalistas estrangeiros impedidos de entrar no país]

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