Em declarações aos jornalistas na Embaixada de Portugal em São Tomé, antes de um encontro com Organizações Não-Governamentais portuguesas no país, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o seu trabalho é "um pilar essencial", principalmente num país onde mais de 65 por cento da população é jovem.

"É o cenário radicalmente inverso ao da sociedade portuguesa, é futuro, que precisa de saúde, educação, formação profissional", disse, exemplificando que, além destas áreas, as organizações portuguesas estão "a chegar a novas áreas" como ambiente ou igualdade de género, "tudo o que tem a ver com desenvolvimento humano".

"Nós temos aqui um pilar, que é o da sociedade civil no domínio social, a que se soma o pilar Estado e a atividade empresarial, que vai passar a um novo patamar com uma parceria global", acrescentou o chefe de Estado português.

Marcelo Rebelo de Sousa explicou que pretende com este encontro "recolher informação que pode ser fundamental para o apoio do Governo às ONG", questão que deverá ser abordada durante a visita do primeiro-ministro português, António Costa, a São Tomé "nos próximos meses".

Questionado sobre o facto de a cooperação com São Tomé e Príncipe ter ficado aquém das expectativas das autoridades são-tomenses, o Presidente admitiu que "em matéria de funções de soberania não se foi tão longe quanto se esperava", mas lembrou a crise que Portugal viveu.

No entanto, elogiou o trabalho do Governo anterior nesta matéria, porque "alguns dos acordos celebrados foram já na saída da crise".

Marcelo Rebelo de Sousa admitiu ainda que estava "com saudades de África, de voltar a São Tomé" e recordou uma experiência que teve no país há 30 anos, quando veio dar aulas para um curso de altos quadros e foi obrigado a ficar mais tempo do que o previsto devido à tentativa de golpe de Estado contra o então Presidente, Manuel Pinto da Costa.

"Não fiquei apenas umas semanas como estava previsto, mas muito mais tempo porque o aeroporto estava encerrado, o que foi uma delícia para mim", lembrou.