Segundo fonte da presidência, o chefe de Estado dedica o primeiro dia da visita aos contactos oficiais, estando previsto um encontro com o seu homólogo são-tomense, Evaristo Carvalho, com o presidente da Assembleia da República, José da Graça Diogo, e com o primeiro-ministro, Patrice Trovoada.

Ainda no primeiro dia de visita, Marcelo Rebelo de Sousa almoça na Embaixada de Portugal com representantes de Organizações Não Governamentais (ONG) portuguesas que trabalham no país e participa depois na sessão de abertura do Fórum Económico luso-são-tomense no Centro Cultural Português.

O Presidente vai ainda a bordo do navio de patrulha português Zaire, que vai ficar em São Tomé e Príncipe durante um ano, com uma tripulação de 38 militares, dos quais uma parte fuzileiros, para capacitar a guarda costeira são-tomense na fiscalização das águas do país.

O ministro da Defesa português, Azeredo Lopes, assinou na quinta-feira com o seu homólogo são-tomense, Arlindo Ramos, um memorando de entendimento para a permanência, durante um ano, da embarcação portuguesa nas águas do arquipélago.

O primeiro dia da visita de Marcelo Rebelo de Sousa termina com um jantar oficial oferecido por Evaristo Carvalho.

No dia 21, o Presidente inaugura a Escola Portuguesa de São Tomé, que já está a funcionar há um ano, mas ainda não foi oficialmente inaugurada, e visita a Universidade de São Tomé e Príncipe, onde responde a perguntas dos alunos.

À tarde, em Neves, a cerca de 30 quilómetros da capital, Marcelo visita a Obra das Irmãs Franciscanas, liderada pela irmã Lúcia, uma portuguesa. Durante esta visita, vai ser inaugurado um centro desportivo oferecido pelo Sport Lisboa e Benfica.

Antes de se encontrar com a comunidade portuguesa na embaixada, o chefe de Estado vai ainda depositar uma coroa de flores no monumento dos Mártires da Liberdade, em Fernão Dias, inaugurado em 2016 e que homenageia as vítimas do massacre de Batepá.

Este massacre ocorreu em 03 de fevereiro de 1953 e foi desencadeado essencialmente pelas relações laborais do sistema colonial, adotadas nas roças de cacau e café da ilha, que provocaram a revolta dos trabalhadores locais.

Na repressão a esta revolta, ordenada pelo ex-governador Carlos de Sousa Gorgulho, morreram 1.032 pessoas, na versão são-tomense, e entre uma a duas centenas, na versão portuguesa da época.

O último dia da visita prevê uma deslocação à ilha do Príncipe, onde, além dos encontros oficiais com as autoridades locais, o Marcelo Rebelo de Sousa visita o Polo Cultural Português e a escola secundária Padrão.

Ainda no Príncipe, o chefe de Estado visita o Parque da Biodiversidade, uma zona protegida com cerca de 85 quilómetros quadrados em que se destaca a importante biodiversidade, tanto do ecossistema terrestre, como marinho, e onde se estuda, entre outros, a diversidade de plantas medicinais.

A ilha do Príncipe foi classificada em julho de 2012 como Reserva da Biosfera mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

No final da visita, Marcelo Rebelo de Sousa visita a Roça Sundy, nomeadamente o local onde foi realizada a experiência que comprovou a teoria da relatividade em Einstein, realizada a 29 de maio de 1919 pelo astrónomo britânico Arthur Eddington.

São Tomé e Príncipe será o quinto país lusófono a que Marcelo Rebelo de Sousa se desloca desde que tomou posse, em março de 2016, depois de Moçambique, Cabo Verde, Brasil e Angola.

Dessas deslocações, duas foram visitas de Estado, a Moçambique e a Cabo Verde, realizadas em maio de 2016 e abril de 2017, respetivamente.

Marcelo Rebelo de Sousa foi três vezes ao Brasil – para os Jogos Olímpicos, em 2016, para uma cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e para as comemorações do Dia de Portugal, em 2017 – e deslocou-se a Angola para assistir à posse do novo Presidente, João Lourenço, em setembro do ano passado.

O último Presidente português a realizar uma visita de Estado a São Tomé e Príncipe foi Jorge Sampaio, em 2000.