Durante uma visita ao Hospital de Aveiro, Adalberto Campos Fernandes disse que o país deverá entrar no final deste ano, ou no princípio de 2018, numa "trajetória de recuperação" relativamente às dívidas do SNS.

"Esperamos, por isso, e temos a certeza que, no final da legislatura, este ciclo de endividamento crónico, esta doença crónica, que resulta das dificuldades ou do desajustamento entre o financiamento e as necessidades, esteja progressivamente resolvido", disse.

Adalberto Campos Fernandes elogiou o trabalho que tem sido feito pela administração e trabalhadores do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), que integra os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, considerando que é "dos mais eficientes", porque "tem feito muito com pouco".

"Está na altura de Aveiro ver reconhecido o esforço e ser compensado", disse o ministro da Saúde, comprometendo-se a reforçar a capacidade financeira do CHBV para fazer face aos investimentos que estão previstos.

O ministro reafirmou ainda a aposta na proximidade, realçando que este foi o único Governo, nos últimos 30 anos, que não fechou qualquer serviço público na área da Saúde e que estão em lançamento ou em construção mais de 90 centros de saúde em todo o país.

Quanto à falta de meios humanos na área da Saúde, referiu que o SNS tem hoje mais seis mil profissionais do que quando o Governo tomou posse, em 2015.

"Não são ainda os suficientes, mas a trajetória está definida", observou.

Apesar das várias frentes de conflitualidade laboral que tem enfrentado, o responsável pela pasta da Saúde disse que se sente "motivado e cheio de energia" para a segunda metade da legislatura e com "uma grande vontade" de fazer um SNS "mais forte, mais responsivo e mais próximo das pessoas".

"A meio da legislatura, é como no meio de um jogo de futebol, sinto-me cheio de vontade para jogar a segunda parte", disse o ministro, assegurando que tem a "confiança total e forte" dos colegas do Governo e do primeiro-ministro.

Questionado sobre o alegado pagamento aos participantes numa sessão de perguntas ao Governo, prevista para domingo, em Aveiro, o ministro da Saúde disse não ter conhecimento de nada.

"Não acredito que seja verdade. Acho que é absolutamente absurdo. Não faz nenhum sentido", afirmou.

O jornal Sol noticiou hoje que o Governo de António Costa vai pagar 36.750 euros a 50 pessoas que vão participar num estudo na Universidade de Aveiro e depois irão fazer perguntar ao executivo.

A iniciativa ocorre no âmbito do Conselho de Ministros extraordinário que se realiza em Aveiro para assinalar os dois anos do Governo.