"Das intervenções que ouvi até agora são todas, unanimemente, a favor da moção de censura, aliás foi uma decisão tomada por unanimidade na Comissão executiva do CDS", frisou, depois de questionada sobre a existência de uma alegada corrente interna de oposição a esta moção.

Assunção Cristas falava à margem do Conselho Nacional do CDS, que se realizou hoje na Covilhã, distrito de Castelo Branco.

O encontro visava a análise dos resultados do CDS nas últimas eleições autárquicas, mas tendo em conta os acontecimentos nacionais relacionados com os incêndios, o primeiro tema abordado acabou por estar relacionado com essa temática e com a consequente moção de censura anunciada pelo CDS.

Sobre a moção, a líder centrista sublinhou ainda que não são apenas os militantes do CDS a concordarem com ela: "Creio que não é apenas o CDS que concorda com esta moção de censura, é muita gente e muitas pessoas por todo o país, que se sentem confortadas por esta moção de censura dar voz à sua indignação, quando o Estado falha na sua missão primeira".

Tema deste Conselho Nacional, o resultado nas eleições autárquicas foi abordado por Assunção Cristas ao fazer um balanço positivo, especificando que o CDS cumpriu todos os seus objetivos, já que aumentou o número de votos e o número de mandatos nas autarquias.

Intitulada "Pelas falhas do Governo nos incêndios trágicos de 2017", a moção de censura é debatida na próxima terça-feira na Assembleia da República.

No texto apresentado pelo CDS é referido que "as medidas anunciadas para o médio e longo prazo não justificam a omissão no curto prazo" e que, no período entre as duas tragédias de fogos florestais de junho e outubro, "o primeiro-ministro não se mostrou disponível para assumir as responsabilidades políticas".

Esta é a primeira vez que o XXI Governo Constitucional será confrontado com uma moção de censura desde que entrou em funções, em novembro de 2015.

De acordo com o regimento da Assembleia da República, a moção de censura ao Governo é obrigatoriamente debatida no terceiro dia útil após a entrega formal na mesa do parlamento.

O regimento estabelece ainda que "encerrado o debate, e após intervalo de uma hora, se requerido por qualquer grupo parlamentar, procede-se à votação".