A viver com a mulher e dois filhos menores no número 59A da Rua dos Remédios, em Alfama, prédio em que ocorreu a explosão de gás, Álvaro Filho contou que foi “por sorte” que a família não sofreu com o desastre, porque não estavam em casa no momento do incidente.

“A minha esposa e o meu filho mais novo saíram de casa 15 minutos antes da explosão de gás”, lembrou o morador.

O alerta para a ocorrência da explosão foi dado cerca das 19:30 de domingo, após uma "fuga de gás" que provocou “duas fortes explosões”, declarou à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho.

Pelas 12:00 de domingo, a família de Álvaro Filho sentiu “um cheiro muito forte a gás” e chamou os bombeiros.

“Como estavam a decorrer reparos da EDP no prédio vizinho, os funcionários da EDP disseram que não era gás e os bombeiros disseram que podíamos voltar ao prédio”, contou o morador, recordando que, após essa situação, ainda ligou o fogão e fez o almoço.

Os moradores não conseguiram evitar a explosão de gás. Agora encontram-se desalojados e a aguardar pela autorização para irem retirar os bens que sobraram do interior das habitações.

“Não sei os passos que devo fazer”, disse Álvaro Filho, referindo que a autarquia não disponibilizou alojamento para a família, pelo que tiveram que pagar do próprio bolso a estadia de domingo à noite num espaço de alojamento local na zona de Alfama.

A família de Álvaro Filho pretende agora procurar um novo apartamento, já que eram inquilinos do prédio que sofreu a explosão de gás, mas antes querem saber “se sobrou alguma coisa” dos bens que tinham.

Júlio Campos, que vive com a mulher no número 65 da Rua dos Remédios, prédio que acabou por ser afetado pela expulsão no 59A contou à Lusa que “os senhores do gás andaram à procura da fuga”, mas não conseguiram evitar o incidente.

De acordo com o morador, que estava na rua quando ocorreu o desastre, registaram-se “três expulsões, duas maiores e a terceira mais leve”.

“Tentei fugir, correr e salvar-me”, declarou Júlio Campos, referindo que “ia levando com os destroços em cima”.

O prédio onde Júlio Campos mora ficou “sem cobertura e com estragos no interior”, pelo que o morador e a mulher tiveram que ir dormir na casa de familiares.

“Não havia condições para lá dormir”, sublinhou.

Questionado se já se tinham verificado problemas no prédio que sofreu a explosão por este ter frações destinadas a alojamento local, o morador afirmou que “nunca houve problemas, mas vai haver”, advogando que os turistas “não têm muito cuidado com as coisas, porque estão três ou quatro dias e depois vão-se embora, não se preocupam”.

Sem saber quando poderá regressar a casa, Júlio Campos e a mulher querem agora “tentar tirar os pertences”, uma vez que, neste momento, só têm a roupa que traziam vestida no domingo.

Segundo o vereador da Segurança e da Proteção Civil na Câmara de Lisboa, Carlos Castro, a explosão que ocorreu no número 59A da Rua dos Remédios afetou ainda o prédio vizinho do número 65, pelo que os moradores destes dois prédios só vão poder regressar às habitações quando for feita uma intervenção no edificado.

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