A operação da divisão da polícia de atendimento à mulher foi posta em prática para executar 72 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão. Um dos objetivos da operação passa por encorajar as mulheres a denunciarem os agressores, explicou Márcia Noeli, a chefe da divisão responsável por coordenar as 14 esquadras do estado especializadas em atender mulheres vítimas de violência, em conferência de imprensa.

“O que nós queremos é, na verdade, falar com essa mulher, encorajá-la, dar poder a essa mulher e dizer: ‘Olha, não tenha medo. Vá à delegacia [esquadra] e denuncie’. Desde a criação da Lei Maria da Penha há mais registos de ocorrência. Então, a mulher tem procurado mais a delegacia e nós estamos lutando sempre para que mais mulheres possam denunciar”, afirmou.

Coincidindo com o 11.º aniversário da entrada em vigor da Lei Maria da Penha, o Instituto de Segurança Pública divulgou os números relativos à violência machista no Rio de Janeiro.

Os assassínios de mulheres aumentaram 5,5% no primeiro semestre do ano, com 380 casos, enquanto os de agressões diminuíram 10,26%, em termos anuais homólogos, para 44.693.

O relatório também mostrou que as mulheres continuam a ser as principais vítimas de violações (85,3% do total), ameaças (65,4%), lesões corporais intencionais (63,8%), assédio sexual (93,3%) e atentados ao pudor (91%).

A maioria dos crimes contra mulheres é praticada por pessoas próximas da vítima, como namorado, familiares, ex-companheiros, amigos, conhecidos ou vizinhos. Os pais, padrastos, familiares, amigos, conhecidos ou vizinhos foram responsáveis por mais de um terço (37%) das violações de mulheres em 2016.

Mais de 60% das violações e lesões corporais contra mulheres sinalizadas no ano passado ocorreram no interior de casas, assim como 40% das tentativas de homicídio.

O Brasil é o quinto país do mundo com a maior taxa de assassínios de mulheres, apenas superado por El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.