Em comunicado, a SPA afirma que o médico neurologista "trabalha de forma exemplar no estudo do cérebro e das emoções humanas” e vai receber o galardão no dia 20 de março, durante a sua gala anual, no grande auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

António Damásio é “um dos nomes mais importantes da ciência a nível mundial e também ao autor de livros que são lidos em todo o mundo por públicos de várias gerações e formações”, justifica a SPA.

António Damásio tornou-se este ano o primeiro cientista português a receber a Medalha Freud, atribuída pela Fundação Breukvlakken, a Academia Real das Artes e Ciências dos Países Baixos, a Associação Holandesa de Psicanálise, a Associação Holandesa de Psicoterapia Psicanalítica e a Fundação de Psicanálise.

Em comunicado, as instituições neerlandesas, justificando a distinção, realçaram as “suas originais e inovadoras contribuições para a pesquisa da neurobiologia da mente”.

“O seu livro ‘O Erro de Descartes’ é, entre outros livros, um exemplo da importância que a sua obra publicada tem tido a nível global”, afirma, por seu turno, a SPA.

António Damásio estudou Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde também se especializou como neurologista e completou o seu doutoramento.

Atualmente, é professor da cátedra David Dornsife de Neurociência, Psicologia e Filosofia e diretor do Instituto do Cérebro e Criatividade na Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos, e professor adjunto no Instituto Salk para Estudos Biológicos em La Jolla, também na Califórnia.

António Damásio faz parte do Conselho de Estado.

Foram já distinguidos com o Prémio de Vida e Obra da SPA Mário Soares, Eduardo Lourenço, Siza Vieira, José-Augusto França e António Lobo Antunes, entre outros.

Recentemente, Damásio publicou a obra “A Estranha Ordem das Coisas”, na qual interroga o que levou os seres humanos a criar culturas, esse conjunto de práticas e instrumentos, onde se incluem a arte, os sistemas morais e a justiça, a governação, a economia política, a tecnologia e a ciência, que atribui à “inteligência excecional [dos seres humanos], assistida por uma faculdade humana ímpar, a linguagem”.