“Não acompanhamos o Governo em fazer mais do mesmo que é obedecer à Comissão Europeia que não quer mudar a estratégia que foi usada até agora. Cabe agora ao Governo apresentar os números do negócio que está a pensar fazer com a Lone Strar dos termos que negociou com a União Europeia não cabe ao bloco falar disso”, disse Catarina Martins.

A líder do Bloco de Esquerda falava aos jornalistas à margem da visita às oficinas do Metropolitano de Lisboa, onde se reuniu com conselho de administração da empresa e os trabalhadores, sendo acompanhada pelos deputados Heitor de Sousa, Isabel Pires e pelo eleito municipal e candidato à Câmara Municipal de Lisboa, Ricardo Robles.

Catarina Martins reiterou que a posição do BE é clara quanto à venda do Novo Banco, lembrando que os contribuintes “já pagaram demais pelo Novo Banco” e como tal é necessário “uma nova forma de olhar para o sistema financeiro e para as decisões que tomamos sobre a banca”.

A coordenadora reconheceu que “não faz sentido no momento especular o que vai ser o futuro” quando questionada acerca de uma alteração legislativa poder levar a uma apreciação parlamentar do Bloco.

“Há exigências da Comissão Europeia que o Bloco não acompanha. A comissão tem dado os piores conselhos ao país. Sempre que o país progrediu foi porque teve a coragem de não seguir os conselhos da comissão e o bloco cá está, e já disse ao Governo, para acompanhar em decisões difíceis que tenham de ser tidas para defender o interesse publico contra as imposições de Bruxelas”, sublinhou.

O Bloco de Esquerda é contra a venda do Novo Banco a privados e tem defendido a nacionalização da instituição.

Na terça-feira, PSD, CDS-PP, BE e PCP confirmaram ter-se reunido com o Governo sobre o processo de venda do Novo Banco.

Sociais-democratas e democratas-cristãos remeteram para a esquerda parlamentar o apoio ao Governo na decisão que venha a tomar neste processo, ao passo que comunistas e bloquistas reiteraram a sua posição de que o Novo Banco deve ser nacionalizado.

O processo de venda do Novo Banco está na fase final e a assinatura será feita esta semana, confirmou hoje o ministro das Finanças, Mário Centeno, em Londres.

O Novo Banco é o banco de transição que ficou com os ativos menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), alvo de uma intervenção das autoridades em 03 de agosto de 2014, e que está em processo de venda.

Desde fevereiro que o Governo está a negociar a venda do Novo Banco em exclusivo com o fundo norte-americano Lone Star.

O fundo norte-americano passou para a frente nas negociações depois de, no final de 2016, ter sido noticiado que, entre os concorrentes, o fundo chinês Minsheng tinha a melhor proposta financeira, mas não apresentou provas de que conseguiria pagar o montante oferecido, devido às restrições de movimentação de divisas na China.

Por acordo com a Comissão Europeia, o Novo Banco tem de ser vendido até ao verão deste ano.

O Lone Star Funds foi fundado em 1995 e investe nos setores financeiro e no imobiliário. Em Portugal, tem um investimento em Vilamoura.

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