Um terramoto de magnitude 7.1 abalou esta terça-feira o México, de acordo com U.S. Geological Survey (USGS).

A esta hora (0:20 de 20 de setembro) as autoridades elevam para 119 o número provisório de mortos na sequência do sismo de magnitude 7,1 na escala de Richter que atingiu terça-feira vários Estados do México.

Este número foi atualizado poucos minutos depois de o director do Centro Nacional de Prevenção de Desastres, Carlos Valdés, ter anunciado um balanço provisório de 105 mortos, numa comunicação transmitida em direto pelo canal de televisão mexicano Televisa.

O balanço provisório de vítimas mortais tem sido sucessivamente atualizado, à medida que as equipas de socorro fazem buscas nos escombros de vários edifícios que ruíram devido ao sismo, registado às 13:14 locais de terça-feira (19:14 em Lisboa).

Alguma imprensa avança com números superiores a uma centena de mortos.

Os trabalhos de resgate prosseguem.

O Presidente do México ativou já o plano de emergência do país.

O embaixador português no México disse hoje à Lusa que não há, “até agora”, notícia de portugueses entre as vítimas do sismo de magnitude 7,1 registado naquele país, que causou “imensos estragos”.

Embaixada sem notícia "até agora" de vítimas portuguesas no sismo do México
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O abalo provocou “imensos estragos, mas até agora não há notícia de vítimas portuguesas”, adiantou à Lusa, por mensagem, o embaixador Jorge Roza de Oliveira.

Inicialmente foi noticiado que seria um sismo de magnitude 7.4, mas foi depois revisto em baixa pelo USGS.

A extensão dos danos ainda está por apurar, não havendo informação de vítimas ou estragos materiais como adianta, no Twitter, o chefe da Protecção Civil mexicana, Luis Felipe Puente.

Nas redes sociais, são vários os vídeos partilhados por quem o sentiu.

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, já anunciou, também no Twitter, ter convocado o Comité de Emergência Nacional para avaliar a situação.

Informações que circulam nas redes sociais mencionam o desabamento de vários edifícios, enquanto funcionários da Proteção Civil advertem a população para o risco de fugas de gás.

"Não fumem! Há fugas de gás!", gritavam os socorristas, enquanto corriam pelas ruas na região de Roma Norte, cita a agência France-Presse.

Na praça Cibeles, crianças com crises de pânico foram evacuadas da escola, enquanto os pais, angustiados, as procuravam no meio à multidão, constatou um jornalista da AFP.

"Estava a caminhar pela (rua) Colima e as janelas começaram a mexer-se. Vi as pessoas a correr, começaram a gritar. Ficou muito feio. Não queria aproximar-me de nenhuma árvore. Tive de me deitar no chão", contou Leiza Visaj Herrera, de 27 anos.

"Ficou bastante forte. Os edifícios começaram mexer-se. As pessoas estão muito nervosas. Vi uma senhora que desmaiou", contou Alfredo Aguilar, de 43 anos.

Alfredo del Mazo afirmou à estação televisiva "Televisa" que uma das vítimas mortais é um trabalhador de uma pedreira que foi atingido depois do sismo ter provocado um deslizamento de pedras, enquanto a outra morreu ao ser atingida por um poste.

As estações televisivas mexicanas estão a mostrar imagens de vários edifícios que a colapsar, com o presidente da autarquia da Cidade do México, Miguel Angel Mancera, a afirmar que existe a confirmação de pessoas presas no interior dos edifícios que colapsaram.

O autarca afirmou à mesma estação televisiva que mais de 20 infraestruturas, incluindo edifícios e viadutos, colapsaram ou sofreram sérios danos, em vários Estados mexicanos.

O fenómeno provocou danos graves em edifícios que ficaram com as fachadas destruídas e as ruas preenchidas com destroços, segundo agências internacionais. Segundo a Efe, o sismo provocou também cortes na eletricidade e nos serviços telefónicos, não tendo sido registadas vítimas até ao momento.

O aeroporto internacional da Cidade do México já anunciou, nas redes sociais, que suspendeu as operações devido ao sismo, com o pessoal do aeroporto a verificar se a infraestrutura sofreu alguns danos estruturais.

O governador de Puebla, Tony Gali, afirmou que também existem danos em edifícios na cidade de Cholula, incluído uma igreja.

O coordenador da proteção civil do México, Luis Felipe Puente, escreveu na rede social Twitter que milhares de pessoas fugiram de edifícios de escritórios ao longo da avenida central Reforma à medida que os alarmes disparavam e o trânsito parou junto monumento do Anjo da Independência.

Em Morelos, perto do epicentro, também há registo de graves danos e o governador, Graco Ramirez, anunciou a ativação de serviços de emergência.

Este é o segundo grande sismo a atingir o México no mês de setembro. A 7 de Setembro, um sismo de magnitude 8.4 na escala de Richter provocou a morte a, pelo menos, 98 pessoas.

O sismo ocorreu pouco mais de uma hora depois da realização de um simulacro conduzido pelas autoridades na Cidade do México.

Hoje contam-se também 32 anos após um outro violento terramoto ter devastado a Cidade do México, fazendo centenas de mortos.