Apesar de uma maior dinâmica, o setor dos media continuou este ano com reestruturações, depois do 'golpe' sofrido em 2015, quando a Newshold saiu da estrutura acionista dos jornais Sol e i, levando à saída de dois terços dos trabalhadores, e de o jornal Público ter avançado com um programa de rescisões voluntárias.

A crise que se abateu sobre o Diário Económico, do grupo Ongoing, com salários em atraso, levou a que o jornal tivesse deixado de ser publicado em papel em março, passando só a funcionar através do 'site' e do Económico TV (ETV).

Em junho, a Megafin, proprietária do Oje, que entretanto passou a chamar-se Jornal Económico, manifestou interesse em ficar com o 'site' e o ETV, mas o presidente da Ongoing, Nuno Vasconcelos, não assinou o acordo, o que levou a empresa a retirar a proposta.

Entretanto, em 13 de julho a assembleia de credores da ST&SF, que detinha o jornal em papel Diário Económico, aprovou a liquidação da empresa. Em novembro, foi a vez da declaração de insolvência do ETV, depois de em agosto o mesmo ter acontecido à Ongoing Strategy Investments.

Em 14 de novembro, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) cancelou a publicação Diário Económico.

O Jornal Económico substituiu a marca Oje em setembro, com uma nova linha editorial e uma equipa reforçada com jornalistas do antigo Diário Económico.

Ainda em setembro, a Lusa noticiou que chineses de Macau KNJ estavam interessados em entrar no capital da Global Media, dona do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN) e TSF, entre outros.

A empresa KNJ Investment Limited deverá passar a controlar 30% da Global Media, através de uma injeção de capital de 17,5 milhões de euros, caso as negociações cheguem a bom porto, esperando-se que o processo esteja concluído durante o primeiro semestre do próximo ano.

Também na segunda metade deste ano foi lançado mais um título económico, o Eco, um projeto 'online' liderado por António Costa, antigo diretor do Diário Económico.

Meses antes, o SAPO24 renovou a sua imagem, deixou de agregar no seu site os parceiros da rede SAPO e apostou na produção de conteúdo próprio. O SAPO24 é uma marca de informação da rede SAPO, a par de projetos como o SAPO Mag, o SAPO Lifestyle, o SAPO Tek, o SAPO Desporto e o SAPO Viagens.

Já perto do final do ano, a oferta da RTP na Televisão Digital Terrestre (TDT) foi alargada, com a disponibilização, a 1 de dezembro, da RTP Memória e da RTP3 em sinal aberto, passando agora a plataforma a disponibilizar no total sete canais (RTP1, RTP2, SIC, TVI, Canal Parlamento, RTP3 e RTP Memória). Está ainda previsto que sejam atribuídas licenças para dois canais de operadores privados na TDT, mas sem data definida.

O ano também foi marcado pela mudança de direções em alguns títulos: o jornalista David Dinis, que no início de 2016 transitou da direção do jornal 'online' Observador para a TSF (substituindo Paulo Baldaia no cargo), viria em outubro a assumir o cargo de diretor do diário Público.

Já Paulo Baldaia passou a liderar o DN, depois de o antigo diretor André Macedo ter deixado o grupo para integrar a direção da RTP.

Na revista Visão, também se verificaram mudanças na direção, com Mafalda Anjos a substituir João Garcia em setembro.

Poucos meses depois, em novembro, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) revelou que a Impresa tinha rescindido com cerca de 20 trabalhadores, dos quais 10 da Visão, já que a forte queda nas receitas publicitárias levou à necessidade de ‘encolher’ a estrutura da revista.

No mês passado, o SJ alertou para o impacto editorial do despedimento coletivo do grupo Impala, dono de revistas como a Nova Gente e VIP, entre outras, na sequência da dispensa de cerca de uma dezena de jornalistas.

Ainda durante este ano, os grupos Global Media e Renascença deixaram as suas emblemáticas sedes, na avenida da Liberdade e no Chiado, respetivamente, para se concentrarem perto da zona de Benfica, em Lisboa, onde estão o grupo Cofina e a Lusa.

Já no âmbito da regulação, ficaram por nomear os novos membros da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), já que o Conselho Regulador cessante terminou o mandato no início de novembro.

Com o ano na reta final, surgem notícias sobre o alegado interesse do grupo Altice, dono da PT Portugal (Meo), em adquirir a TVI, mas até ao momento os responsáveis da operadora escusaram-se a comentar o assunto.

O próximo ano começa com o 4º Congresso que decorre de 12 a 15 de janeiro, no cinema São Jorge, em Lisboa, sob o lema 'Afirmar o Jornalismo'.

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