“Intervir nas condições de vida, de habitação, de alimentação, de rendimento, é essencial”, disse Adalberto Campos Fernandes, durante uma cerimónia realizada no Centro de Saúde de Sete Rios para assinalar o lançamento de medidas de cessação tabágica, como a comparticipação de medicamentos.

“O medicamento por si será muito útil, mas não será suficiente se os portugueses não tiverem melhores condições de habitação - casas aquecidas, ventiladas - para que a pneumonia não seja o flagelo que é hoje em Portugal”, afirmou.

De acordo com o governante, as medidas hoje anunciadas visam alargar o âmbito das consultas de cessação tabágica nos cuidados de saúde primários, que idealmente deverão ter características multidisciplinares.

“Visam também potenciar a ação da Linha de Saúde 24, relativamente à qual em todos os maços de tabaco há indicação de que quem precisar de ajuda deve contactar (o serviço) para ser encaminhado ou orientado para um local adequado”, explicou.

Quebrar a barreira económica e dar acesso às populações que sendo mais atingidas pela doença, têm menos informação e não têm capacidade económica para adquirir os medicamentos é outro dos objetivos enumerados pelo governante.

“A medida de comparticipação de medicamentos para a cessação tabágica é, antes de mais, uma medida que visa repor alguma justiça social”, declarou.

Os medicamentos para deixar de fumar sujeitos a receita médica vão ser comparticipados pelo Estado em 37%, a partir do próximo ano, uma medida que deverá custar 1,3 milhões de euros por ano, um valor considerado simbólico pelo ministro, face aos ganhos que significará.

Segundo diretor-geral de Saúde, Francisco George, registaram-se no ano passado 11.000 mortes resultantes da exposição direta ao tabaco.

“Nas doenças respiratórias, uma em cada três mortes é provada pelo fumo do tabaco”, acrescentou.

“Sabemos que em cada 10 enfartes, em cada 10 AVC (Acidente Vascular Cerebral) que provocam a morte, uma delas é devido ao tabaco”, indicou o responsável durante uma intervenção na sessão.

Em 2017, deverão ser criadas 42 novas consultas de cessação tabágica a nível nacional.