Esta posição foi transmitida à agência Lusa pelo vice-presidente da bancada socialista João Paulo Correia, que também desdramatizou as referências contidas na mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa aos riscos de eleitoralismo.

"A mensagem do Presidente da República é mais um voto de confiança no Governo e um voto de confiança no Orçamento do Estado para 2018. O desejo de que prossiga o caminho da política de recuperação de rendimentos, de redução da dívida, do défice e do desemprego, com mais crescimento económico são outras notas que realçamos na mensagem" do chefe de Estado, declarou João Paulo Correia.

Interrogado sobre o alerta deixado pelo Presidente da República sobre os riscos de eleitoralismo, com a aproximação de eleições europeias e legislativas em 2019, o vice-presidente da bancada socialista disse não encarar essa parte da mensagem com uma advertência, "mas sim como uma chamada de atenção" de caráter geral.

"Estamos a dez meses de distância da apresentação do Orçamento do Estado para 2019, que será sempre um resultado da execução orçamental em 2018. Estamos confiantes que, tal como em 2016 e 2017, também em 2018 o Governo atingirá os resultados previstos em termos de rigor e de concretização dos objetivos de sustentabilidade", disse.

João Paulo Correia apontou também que é provável que o Orçamento do Estado para 2019 se concretize "num novo enquadramento político na União Europeia".

"O PS encara a execução do Orçamento em 2018 com a mesma confiança do Presidente da República, das instituições internacionais e, mais recentemente, das agências de ?rating'. É um Orçamento que mantém a linha política do Governo de menos défice, menos dívida, menos desemprego e mais crescimento", completou.

Nas suas declarações à agência Lusa, o vice-presidente da bancada do PS referiu ainda que na mensagem do chefe de Estado não lhe passou despercebida uma chamada de atenção sobre "o necessário sentido de responsabilidade da oposição".

"A oposição tentou sabotar o Orçamento do Estado para 2018 ao apresentar propostas de alteração que, entre medidas para o aumento da despesa e para a redução de receita, aumentariam o défice em mais de mil milhões de euros. Estamos certos de que o Presidente da República, que acompanhou o processo orçamental, também observou o grau de irresponsabilidade da oposição", acrescentou o deputado socialista eleito pelo círculo eleitoral do Porto.