A Bastonária deslocou-se hoje a Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos, onde manteve contactos com responsáveis de quatro das cinco farmácias situadas nas zonas devastadas pelas chamas.

"Depois dos acontecimentos de junho, a situação está a entrar na normalidade. As farmácias que cederam medicamentos e prestaram assistência na altura dos incêndios já estão a ser ressarcidas pelas instituições. Mas vamos ativar o Fundo de Solidariedade da Ordem para fazer face a situações pontuais", resumiu a Bastonária.

O Fundo de Solidariedade da Ordem é alimentado pelas quotas dos farmacêuticos e neste momento tem uma verba "imediatamente disponível" de 17.500 euros, que deverá crescer, em caso de necessidade, até aos 40 mil euros.

"É um Fundo magrinho, uma vez que os descontos estiveram suspensos durante algum tempo", explica a Bastonária, esclarecendo que, no entanto, deverá ser suficiente para acorrer às necessidades das farmácias da zona atingida pelas chamas.

Segundo a Bastonária, nenhuma farmácia foi atingida pelas chamas, mas estes estabelecimentos tiveram um papel relevante no combate ao incêndio, funcionando durante dias consecutivos em regime de urgência, cedendo medicamentos e prestando assistência.

Ana Paula Martins diz esperar que os relatos e as experiências vividas por estes farmacêuticos possam, de algum modo, ajudar a definir e a preparar os restantes colegas para lidar com situações de emergência e calamidade, em especial nas regiões mais isoladas, "em que a sua intervenção extravasa, em muitos casos, o domínio da Saúde".

A Bastonária confirmou também que estão no terreno os técnicos da Dignitude, associação que integra, entre outros, a Associação de Farmácias de Portugal e a Cáritas Portuguesa e tem entre os seus objetivos "combater qualquer discriminação dos portugueses no acesso ao medicamento".

Segundo a Bastonária, a Dignitude deverá também recorrer ao seu Fundo de Emergência para garantir que os cidadãos continuam a dispor da medicação prescrita pelos seus médicos.

Dois grandes incêndios começaram no dia 17 de junho em Pedrógão Grande (distrito de Leiria) e Góis (distrito de Coimbra), tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 200 feridos. Foram extintos uma semana depois.

Estes fogos terão afetado aproximadamente 500 habitações, 169 de primeira habitação, 205 de segunda e 117 já devolutas. Quase 50 empresas foram também afetadas, assim como os empregos de 372 pessoas.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta.

Os prejuízos ascendem a 496,8 milhões de euros - 193,3 milhões referem-se a prejuízos diretos e os restantes 303,5 milhões a medidas de prevenção e relançamento da economia.

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