O tribunal considerou que Ali Ouattara, de 45 anos, estava ciente que o filho iria entrar ilegalmente em Espanha, mas não se provou que soubesse em que condições se faria a travessia. Em 2015, a criança de apenas oito anos foi detetada pelo raio-x num posto fronteiriço de Ceuta dentro de uma mala de viagem.

A defesa, que começou por recusar um acordo com a Justiça por considerar que era possível provar que este pai era inocente, vítima de máfias, acabou por ceder. A acusação, por sua vez, que pedia inicialmente três anos de prisão para o homem, acabou por pedir uma pena de três meses e 22 dias de multa, uma vez que não se provou que o pai sabia exactamente em que circunstâncias o filho iria chegar a Espanha.

A atenuação da multa teve em consideração o mês que o acusado passou em prisão preventiva e os 92 euros serão deduzidos dos 5.000 euros que pagou de fiança para sair da prisão, explica o El Mundo.

O pai disse em julgamento que, uma vez frustadas as suas tentativas de reagrupamento familiar, pagou cinco mil euros a "pessoas com contactos" na Costa do Marfim, que prometeram fazer o filho pequeno chegar a Espanha "com papéis".

O menor, segundo o progenitor, deveria ter passado a fronteira de carro, mas não foi isso que aconteceu. O menor foi colocado dentro de uma mala de viagem, transportada por uma mulher, tendo sido descoberto durante a revista de bagagem no aeroporto.

A mulher em questão está desaparecida. Passou doze meses em prisão preventiva, foi libertada e acabou por desaparecer.

Este caso não terá implicações no processo em curso de Ali Ouattara para conseguir a nacionalidade espanhola e para concluir o processo de reagrupamento familiar em Bilbao, onde reside atualmente.