A denúncia partiu da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (Ferlap), que recebeu fotografias tiradas por estudantes de escolas de Oeiras, Amadora e Odivelas com imagens como um prato com rissóis que não foram fritos ou com doses claramente insuficientes.

“Há escolas onde é possível contar os grãos de arroz que estão no prato. Na semana passada uma mãe contou que houve uma refeição apenas de arroz com feijão”, lamentou o presidente da Ferlap, Isidoro Roque.

Isidoro Roque garante que este é um problema a nível nacional que precisa de maior atenção por parte das direções escolares: “O primeiro responsável são as escolas que têm de vigiar o que é dado aos seus alunos”.

A Lusa contactou o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, que admitiu que possam existir falhas em algumas escolas, principalmente onde o serviço é feito por empresas privadas.

“As refeições deveriam ser confecionadas nas escolas, que têm cantinas e cozinhas para o fazer. Quando isso acontece não há queixas, mas atualmente muitas escolas têm entregado a confeção a privados. As refeições são técnica e cientificamente corretas mas não são apelativas para os alunos”, defendeu Manuel Pereira.

Na escola de Manuel Pereira as refeições são feitas na cantina por funcionários e o presidente garante que ficam abaixo do valor mínimo definido pelo ministério da Educação: “As refeições têm de ficar entre os 1,42 euros e os 1,70 euros e nós conseguimos fazê-las 20 cêntimos abaixo e oferecemos às crianças peixe fresco, não congelado”, garantiu.

O presidente da ANDE diz que fazer as refeições nas escolas dá muito trabalho mas garante a qualidade que muitas vezes não é conseguida pelas empresas privadas.

"Defendemos que as refeições sejam feitas pelas escolas e esta é uma questão que falamos com frequência com o ministério da Educação mas não temos feedback", lamentou.