“O PPM apoia o direito à autodeterminação da nação catalã. A Catalunha tem direito a escolher livremente o seu destino político, tal como sucedeu com a grande maioria das nações europeias que apenas alcançaram a independência política nos últimos 100 anos”, refere um comunicado do partido, assinado pelo seu presidente, Gonçalo da Câmara Pereira.

Para o PPM, “a repressão crescente que o Estado espanhol está a exercer” na Catalunha é “absolutamente inaceitável”, condenando, “de forma veemente, o uso da força contra as legítimas aspirações nacionais da nação catalã”.

A Guarda Civil deteve na quarta-feira 12 pessoas, entre as quais altos cargos do governo autónomo da Catalunha, e está a proceder a buscas nos departamentos de Economia, Exterior, Trabalho e Governação no quadro das investigações sobre o referendo independentista.

Salientando que “o PPM defende intransigentemente a liberdade e o direito de autodeterminação dos povos”, o partido sustenta que “a Catalunha constitui uma nação claramente individualizada” possuindo língua e identidade cultural próprias e “um percurso histórico diferenciado”.

Segundo o PPM, “a Espanha, enquanto realidade política unificada, data apenas do século XVIII” e “a questão catalã nunca ficou inteiramente resolvida no quadro espanhol”, notando que os catalães “obtiveram mesmo a independência, embora por curtos períodos de tempo” nos séculos XVII, XVIII, XIX e XX.

Embora reconhecendo que “a Constituição espanhola não prevê a possibilidade de realização de uma consulta de caráter secessionista”, o PPM refere que o que está a acontecer no país vizinho “não é outra coisa que a continuação do processo político de obtenção da autodeterminação das nações europeias”.

A este propósito refere que foi assim que nasceram neste e no século passado países como a Bielorrússia, a Ucrânia, a Estónia, o Kosovo, a Albânia ou a Macedónia.

“A única diferença entre o caso catalão e o caso português é que este último obteve sucesso em 1640 [restauração da independência após o domínio filipino] e a Catalunha acabou militarmente esmagada em todas as ocasiões – e foram muitas e recorrentes ao longo dos últimos seis séculos – em que tentou libertar-se do domínio espanhol”, adianta o comunicado.

O PPM considera que “para os catalães, Portugal constitui a prova viva que os nacionalismos periféricos peninsulares podem alcançar a independência política no quadro político da Península Ibérica e libertar-se da extraordinária força centralizadora da meseta castelhana”.

Para o partido, “a Península Ibérica está à beira de conhecer a maior alteração geopolítica desde o final do século XV”, antevendo que “uma hipotética independência catalã abrirá a ‘caixa de Pandora’ das legítimas aspirações nacionalistas no resto do Estado espanhol”.

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