Durante uma visita à Adega Cooperativa de Penalva do Castelo (Viseu), no âmbito da campanha autárquica, Passos Coelho foi questionado sobre as críticas do PS e da esquerda, depois de António Costa ter sublinhado que foi o PS que "virou a página" da austeridade.

"Quando as pessoas que estão no Governo querem vender factos que não existem e retóricas que não têm adesão à realidade, mostram que não estão à altura dos acontecimentos", acusou.

O líder do PSD salientou que, depois de saber a notícia na sexta-feira, já tinha antecipado que o PS e os "restantes partidos da geringonça" poderiam querer apresentar esta subida do ‘rating' português como "uma derrota do PSD" ou como "resultado de uma opção muito correta deste governo".

"Parece-me que acertei, não é? (…) Esta conversa só é possível porque na devida altura nós não falhámos, se tivéssemos falhado, esta conversa, esta prosápia toda não tinha existido", afirmou, considerando que se Portugal tivesse seguido as opções da Grécia "estaria nesta altura a negociar resgates e não a virar páginas".

O líder do PSD reiterou que a subida de ‘rating' podia ter acontecido mais cedo se não tivesse havido mudança de Governo e prometeu voltar ao tema à noite no jantar em Viseu.

"Todos os partidos que compõem a geringonça sempre se opuseram àquele que foi o caminho que permitiu a recuperação do país", criticou.

Hoje, em Bragança, o secretário-geral do PS, António Costa, afirmou que foi o Governo PS que "virou a página do 'lixo'", em resposta à reação dos partidos da direita sobre a subida do país nas avaliações das agências internacionais de 'rating'.

"A direita bem pode dizer que teria feito o mesmo. Há uma coisa que nós sabemos: não fez e nós fizemos", vincou o líder socialista e primeiro-ministro num comício de apoio à candidatura do PS à Câmara de Bragança, um concelho PSD há 20 anos.

A agência de notação financeira Standard and Poor's decidiu na sexta-feira tirar Portugal do 'lixo', revendo em alta o 'rating' atribuído à dívida soberana portuguesa de 'BB+' para 'BBB-', um primeiro nível de investimento.

Com esta revisão em alta para 'BBB-', com perspetiva 'estável', Portugal volta a ter uma notação de investimento, atribuída por uma das três principais agências de 'rating' mundiais.

Desde 2012 que a agência atribuía à dívida soberana portuguesa um ‘rating’ 'BB+', a nota mais elevada de não investimento, com uma perspetiva 'estável'.