Passos Coelho reiterou que não se demite da presidência do PSD, mas não excluiu a possibilidade de não voltar a disputar a liderança do partido nas diretas que se realizarão no início do próximo ano.

"Farei uma reflexão aprofundada sobre as condições para me submeter a um novo mandato", disse, explicando que essa reflexão será feita com a sua comissão política, mas será, sobretudo, uma reflexão pessoal.

Passos Coelho admitiu que o partido não só não alcançou o objetivo a que se tinha proposto de conquistar mais câmaras e mandatos como deverá, até, ter um resultado inferior ao de 2013, que já tinha sido o pior resultado de sempre dos sociais-democratas em eleições autárquicas.

"O resultado desta noite foi um resultado muito pesado para o PSD e eu não gosto de fugir às minhas responsabilidades", afirmou.

Sobre o ‘timing' em que fará essa reflexão, o líder do PSD não esclareceu se ela estará concluída a tempo do Conselho Nacional da próxima terça-feira, mas prometeu que não demorará muito tempo.

Questionado sobre quais serão os fatores que pesarão nessa reflexão, Passos Coelho apontou "o interesse do país e do PSD".

"É essencial avaliar se o tempo que o PSD precisará de gastar a discutir a sua própria situação interna é uma vantagem ou desvantagem em relação ao que precisa de fazer em termos de oposição no país", concretizou.

No entanto, Passos Coelho continuou a defender que não faria sentido o líder do PSD demitir-se em função de resultados de eleições que não são eleições nacionais.

"Não me demito nem esta noite, nem amanhã nem depois de amanhã, o que eu disse é que iria avaliar se faz sentido ou não propor-me a um novo mandato", disse.

Interrogado sobre uma eventual antecipação do calendário interno, o presidente do PSD salientou que as eleições direitas já estavam previstas para final de janeiro/início de fevereiro, admitindo apenas "uma antecipação de uma ou duas semanas", se necessário.

"É preciso avaliar se no interesse do país e do PSD o que interessa é manter a orientação estratégica que está definida ou se outra pode ser seguida", reiterou.

Passos Coelho fez questão de cumprimentar o PS e o seu secretário-geral, António Costa, "pela vitória expressiva" que obteve esta noite, mas manteve a leitura de que as autárquicas são sobretudo eleições locais.

"O doutor António Costa não ganhou as eleições legislativas em 2015 e não pode substituir a derrota de 2015 pela vitória nas eleições locais em 2017", advertiu.

Ainda assim, Passos Coelho admitiu que os resultados das autárquicas terão "causas nacionais", salientando que foi a comissão política do PSD que escolheu os candidatos que o partido apresentou em todo o país.

[Artigo atualizado às 00:47]

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