Os trabalhadores da PT Portugal estão a realizar hoje, frente à sede da Altice Portugal, em Lisboa, uma vigília, que decorre desde as 17:00 até às 24:00, para protestar e exigir uma gestão que “respeite os trabalhadores” e garanta a estabilidade, segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (STPT).

Esta iniciativa foi convocada "para que ninguém se esqueça dos trabalhadores que foram obrigados a mudar de estabelecimento para depois serem despedidos pela Altice", começou por dizer Mariana Mortágua, à margem da vigília que reunia por volta das 18:00 cerca de 60 trabalhadores da operadora de telecomunicações em Picoas.

"Para efetivamente salvaguardarmos o nosso futuro coletivo, o investimento necessário, uma política justa de respeito pelos trabalhadores e dos seus direitos e de desenvolvimento de aspetos estratégicos e tecnológicos do nosso país temos, de facto, de ter uma PT em condições e não uma sombra para que se transforme apenas num projeto lucrativo", afirmou Bruno Dias à Lusa, à margem da vigília em Picoas.

"A PT tem de voltar a ser de todos nós, tem de voltar a ser uma empresa estratégica de gestão pública", sublinhou o deputado.

Questionado se as ações de luta dos trabalhadores da PT/Altice têm tido progressos, o deputado comunista disse que pelas informações que tem tido recentemente sobre a situação da empresa e dos trabalhadores "demonstra que vale a pena lutar".

"Não estamos a falar no vazio, estamos a ter avanços e a luta, independentemente de ser este ou aquele administrador (...), temos a consciência e a demonstração dos avanços", nomeadamente na Assembleia da República com a perspetiva da "aprovação da proposta do PCP" dos trabalhadores se oporem à transmissão de estabelecimento.

A vigília de hoje "é uma etapa importante que vem de longe e tem de continuar, nós temos vindo ao longo do tempo, na Assembleia da República e em todos os espaços de intervenção, a dar voz a esta causa que é uma causa justa dos trabalhadores da PT e daqueles que sendo da PT foram colocados noutras empresas com a tal lei falsa de transmissão de estabelecimento e também com aqueles muitos trabalhadores da PT que foram colocados sem funções atribuídas", prosseguiu o deputado.

Bruno Dias destacou que os trabalhadores da Altice (Pt Portugal "têm sido firmes e determinados" a defender os seus direitos.

"Quem está a mais não são os trabalhadores, quem está a mais são aqueles que querem transformar uma empresa estratégica (...) numa espécie de máquina de fazer dinheiro (...), deitando para debaixo do tapete tudo aquilo que não seja interessante para a sua estratégia, maximização do lucro", apontou.

O PCP veio dar um "testemunho de solidariedade" nesta vigília, sublinhou.

Bruno Dias acrescentou que não era necessário alterar a nova lei, mas antes que o Governo PS e as autoridades façam cumprir a lei.

A operadora de telecomunicações PT, detida há dois anos pela francesa Altice, tem sido alvo de protestos por motivos laborais.

No verão gerou muita polémica a mudança de 155 funcionários da PT para outras empresas – Tnord, Sudtel, Winprovit e ainda Visabeira -, recorrendo à figura jurídica de transmissão de estabelecimento. Destes, quase 30 já rescindiram contrato com a empresa.

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