Fonte do PCP disse à agência Lusa que o partido levará a debate o tema da recapitalização da Caixa, a rede de agências que a administração do banco admite reduzir, a manutenção dos postos de trabalho e a emissão de obrigações.

O Bloco de Esquerda, que pediu uma audição urgente no parlamento do ministro das Finanças sobre a redução de balcões da Caixa Geral de Depósitos, também irá questionar António Costa sobre o assunto, segundo fontes da bancada bloquista.

Com o processo de recapitalização, a Caixa deverá encerrar cerca de 70 balcões até ao final do ano, estimando-se que a redução de agências atinja as 180 no final de 2020 - uma reestruturação que tem levantado dúvidas ao PCP, Bloco de Esquerda e "Os Verdes" e que conta já com a oposição do PSD.

O PS, através do seu líder parlamentar, Carlos César, pediu, na segunda-feira, aos deputados socialistas que defendam o "serviço público" no processo de reestruturação da rede de agências da CGD, alegando que não se pode "assobiar para o ar" nesta matéria.

O debate quinzenal com o primeiro-ministro será aberto pela deputada e líder do CDS, Assunção Cristas, seguindo-se os pedidos de esclarecimento a António Costa do PSD, PS, BE, PCP, PEV e do deputado do Pessoas-Animais e Natureza (PAN).

Outra das questões que poderá ser levantada pelo Bloco é a posição do Banco Central Europeu (BCE), noticiada pelo Jornal de Negócios, de que Portugal não terá adotado medidas necessárias para corrigir desequilíbrios macroeconómicos excessivos e que deveria ser multado.

Os debates quinzenais dos últimos dois meses têm sido marcados por um ambiente de grande crispação entre o Governo do PS e o PSD, de Pedro Passos Coelho, tendo atingido um ponto alto na sessão de 08 de março.

Costa e Passos trocaram acusações violentas, com o ex-primeiro-ministro do PSD a acusar o seu sucessor de "enlamear" o anterior executivo por causa do caso das “offshore”, dos milhões de euros que saíram para "paraísos fiscais" sem o escrutínio da autoridade tributária.

Os casos financeiros, o processo de recapitalização da Caixa, o caso BES e mais recentemente a fuga para os “offshore” marcaram os debates quinzenais desde o início do ano.

Segundo o regimento da Assembleia da República, o “primeiro-ministro comparece quinzenalmente perante o Plenário para uma sessão de perguntas dos deputados”.