Os equipamentos, designadamente mobiliário e eletrodomésticos, e materiais e produtos de construção, angariados essencialmente junto de empresas em França, destinam-se sobretudo à reconstrução das habitações afetadas pelos incêndios, disse hoje à agência Lusa Claude Fregeac, presidente da Partagence, a ONG promotora da iniciativa.

A Partagence, que foi fundada em abril de 2014 e que está a criar uma delegação em Portugal (para já instalada na Fundação AIP, da Associação Industrial Portuguesa), é uma organização humanitária, “especializada na ajuda material (materiais de construção, mobiliário, produtos de conforto e outros equipamentos, totalmente novos), na resposta pós-urgência a catástrofes naturais”, sobretudo incêndios e inundações, explicitou Claude Fregeac.

A decisão de promover a ação surgiu depois de, em junho, a ONG ter visitado áreas ardidas na sequência daqueles incêndios e de ter contactado com “famílias sinistradas e autoridades portuguesas”, designadamente autarcas e bombeiros da região, e de se ter reunido com o presidente do Revita.

O programa Revita é um fundo de apoio às populações e áreas afetadas pelos incêndios de Pedrógão Grande, instituído formalmente, pelo Governo português, em 08 de julho.

Na mesma ocasião (no final de junho), a ONG francesa estabeleceu com a Fundação AIP um protocolo de cooperação visando “uma intervenção prolongada de apoio aos sinistrados dos incêndios de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, podendo ser estendida a outros concelhos, a ter lugar, pelo menos ao longo dos próximos 12 meses”.

O primeiro de dez camiões (da primeira ação da preconizada intervenção prolongada naquela área queimada) chegou hoje, de manhã, à zona industrial da Pedrulha, no município da Mealhada (distrito de Aveiro), às instalações da transportadora Marquês de Pombal (uma das empresas cooperantes com a ação).

Centralizada naquela plataforma, na Mealhada, esta operação disporá ainda de duas outras plataformas logísticas, em Tomar e em Pedrógão Grande, disse à agência Lusa André Magrinho, da Fundação AIP.

Os restantes nove camiões de equipamento e material continuarão a chegar à Mealhada nos próximos dias, sendo a sua posterior distribuição pelos lesados dos incêndios que começaram em 17 de junho em Pedrógão Grande feita sob coordenação do fundo Revita e em cooperação com diversas outras entidades públicas e privadas, acrescentou aquele responsável.

As cerca de 150 toneladas de material “totalmente novo” para habitações atingidas pelo fogo que hoje começaram a chegar a Portugal (o camião transportou cerca de 14 toneladas de equipamento) representam, de acordo com as estimativas, um montante da ordem dos 350 mil euros.