Alguma ajuda às pessoas e às empresas tem sido dada, mas "ainda é insuficiente e é preciso continuar para concretizar, para não quebrar as justas expectativas desta população e, simultaneamente, também não desmoralizar a profunda solidariedade que o povo português manifestou com esta tragédia", afirmou Jerónimo de Sousa, que falava aos jornalistas após uma visita ao concelho de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, afetado pelo incêndio que deflagrou em 17 de junho, matando pelo menos 64 pessoas.

"É preciso concretizar", defendeu, sublinhando que, "se é verdade que algumas medidas mais urgentes foram tomadas, é preciso não abrandar".

Para Jerónimo de Sousa, são necessárias "medidas excecionais" para esta região, independentemente das medidas de fundo, como é o caso do ordenamento florestal.

"Essas medidas excecionais", no apoio às famílias, às empresas e à reconstrução das habitações, "não se podem arrastar no tempo", vincou.

O secretário-geral do PCP recordou que depois de se apagar o incêndio, "a comunicação social deixa de ter notícias e os problemas subsistem durante anos".

"As promessas de garantir a resolução dos problemas, com o tempo, ficam mais longínquas e não concretizadas", constatou, referindo que há vários exemplos disso mesmo na região norte e centro do país, bem como na Madeira.

"É isso que queremos evitar aqui, nesta zona de Pedrógão", referiu Jerónimo de Sousa, defendendo medidas económicas e sociais para a região, "independentemente do debate de fundo" que tem de ser tido "em relação à floresta".

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos e só foi dado como extinto uma semana depois.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.