“Entendemos que tais declarações à comunicação social pela sr.ª ministra do Mar demonstram uma falta de sensibilidade política, pois conforme ficou provado hoje criaram um verdadeiro “alarmismo social” e merecem a reprovação por parte de toda a classe piscatória”, lê-se num comunicado da ANPPC.

Na quarta-feira, à agência Lusa, a ministra Ana Paula Vitorino informou que a pesca da sardinha será proibida em zonas da região Centro e Norte, por serem "áreas importantes para a reprodução da espécie", estando a decorrer reuniões com as comunidades piscatórias para, juntamente com o IPMA, delimitar essas zonas.

Estas palavras para a associação foram “lamentáveis” até porque se trata de uma “pasta sensível”.

“Foi transmitida a ideia que Portugal possui duas realidades distintas, sugerindo o encerramento da pesca do cerco de zonas no Norte e no Centro do país”, criticou a ANPPC, referindo ainda que “algumas destas zonas do centro do país lamentavelmente foram também flageladas recentemente por incêndios e que uma vez mais serão “castigadas” com a adoção de medidas restritivas para a pesca do cerco”.

A associação indicou ainda que as imposições destas limitações são uma “discriminação perante as restantes classes piscatórias”.

“Afirmamos que se assiste a um clima de falta diálogo e bom senso por parte do Governo, pelo que iremos lutar na defesa dos interesses nacionais da pesca do cerco, pois é sem dúvida alguma, o motivo de orgulho de todos os pescadores portugueses”, lê-se ainda.

A Associação das Organizações de Produtores da Pesca (ANOP) do Cerco tinha desafiado o Governo a concertar-se primeiro com Espanha numa estratégia conjunta para a sardinha, em vez de proibir a pesca em zonas do Norte e do Centro do País.

No dia 20 de outubro, o Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) recomendou a suspensão da pesca da sardinha, em Portugal e Espanha, em 2018.

No dia seguinte, a Comissão Europeia informou que não proíbe a pesca da sardinha, mas recomenda às autoridades portuguesas que encarem com seriedade as quebras nos 'stocks' da espécie, devido à sobrepesca e ao aumento da poluição.

Hoje, Portugal e Espanha reúnem-se para discutir, segundo a ministra do Mar, o "plano de gestão de uma forma geral, não necessariamente as áreas em Portugal em que não vai haver capturas [de sardinha]" e os "valores das capturas que vão ser propostos em conjunto à União Europeia".

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