Na carta enviada ao diretor-geral dos Assuntos Marítimos e das Pescas da União Europeia, a ANOPCERCO - Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca de Cerco quer que os governos de Portugal e Espanha se unam para explorar os cenários menos radicais apontados pelo ICES.

No documento, é pedido ao Governo português que "prossiga os seus esforços em sintonia com o governo de Espanha" para "ajustar de forma razoável o limite anual de captura de sardinha para 2018" a discutir com Bruxelas.

No final de outubro, o Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) divulgou um parecer em que recomenda que a pesca da sardinha deve ser proibida em 2018 em Portugal e Espanha face à redução acentuada do 'stock' na última década, que passou das 106 mil toneladas em 2006 para 22 mil em 2016. No entanto, o ICES apontou vários cenários de capturas, estabelecendo como limite as 24.650 toneladas.

Para a ANOPCERCO, "qualquer quantidade entre 17.000 e 20.000 toneladas não entrará em conflito com o aconselhado pelo ICES, desde que esteja acompanhado por rigorosas medidas devidamente enquadradas por um plano de gestão do 'stock' de sardinha de médio prazo (até cinco anos) e permitirá a estabilização e a sustentabilidade do 'stock' de sardinha nas águas ibéricas".

Entre as medidas que a associação considera que devem ser atualizadas está "a possibilidade de, em 2018, o essencial da pesca dirigida à sardinha apenas ser iniciado no final do mês de maio", o que garantiria "uma nula mortalidade por pesca em mais um ciclo reprodutivo da sardinha", que se inicia nos meses de outubro e novembro.

Quando foi conhecido o pareces do ICES, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, adiantou que o Governo ia propor que os limites de captura se fixassem entre 13,5 e 14 mil toneladas.

Uma semana depois a governante admitiu que os limites de captura de sardinha para Portugal e Espanha possam ultrapassar as 14 mil toneladas e afirmou que a pesca da sardinha será proibida em zonas da região Centro e Norte, por serem "áreas importantes para a reprodução da espécie".

A Comissão Europeia, por seu lado, informou que não proíbe a pesca da sardinha, mas que recomenda às autoridades portuguesas que encarem com seriedade as quebras nos 'stocks' da espécie devidas à sobrepesca e ao aumento da poluição.

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