A ANIMAL promove hoje no parlamento a audição pública "Por um Circo Mais Humano", com a presença de deputados do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Bloco de Esquerda, Partido Ecologista Os Verdes e PS, para sensibilizar a sociedade civil sobre o problema dos animais utilizados nos circos.

Segundo Rita Silva, a petição destina-se também a sensibilizar os grupos parlamentares no sentido de eles próprios avançarem com projetos que impeçam a utilização de qualquer animal nos circos.

A petição será entregue ao presidente da Assembleia da República no primeiro trimestre de 2018, dando assim tempo aos grupos parlamentares para analisarem a questão e escolherem o "melhor timing" para a discussão pública do assunto.

Na audição pública marcada para hoje será feito um esclarecimento sobre a "situação" dos animais no circo nos cinco continentes.

A sessão terá a participação de uma médica-veterinária que falará sobre o "bem-estar animal" e de uma bióloga e etóloga (especialista em comportamento animal) que se debruçará sobre o comportamento dos animais no circo e da forma como isso os afeta negativamente.

Rita Silva lamentou que apenas PCP e PSD não tenham respondido ao convite para estarem presentes na audição pública, observando contudo que o PCP já trabalhou anteriormente no tema.

Quanto à legislação em vigor, Rita Silva considera que a mesma só tem sido aplicada à proibição de utilização e reprodução de primatas, mas leões e tigres continuam a reproduzir-se nos circos à margem da lei.

De acordo com a presidente da ANIMAL, desde 2009 que têm sido apresentadas diversas queixas junto da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, da GNR e dos grupos parlamentares, mas, mesmo quando as inspeções detetam infrações nos circos, os animais continuam na posse dos proprietários/infratores.

Isto porque, explicou, até ao momento ainda não foi criado qualquer santuário ou rede de acolhimento para animais de circo, como, por exemplo, leões e tigres, embora no passado o PCP tenha apresentado um projeto nesse sentido que foi chumbado.

"Não existe uma rede de acolhimento", lamentou a presidente da ANIMAL, que espera que a iniciativa de hoje permita sensibilizar não só os cidadãos, mas também os grupos parlamentares para a situação dos animais que vivem nos circos.